O Departamento de Fiscalização do Instituto de Segurança Social, em colaboração com a Unidade de Saúde Pública do Alto Tâmega e Barroso, realizou na quinta-feira uma ação inspetiva “tendente ao encerramento administrativo urgente de uma estrutura residencial para pessoas idosas ilegal, a funcionar no concelho de Valpaços, distrito de Vila Real”.
No local, segundo uma fonte ligada ao processo, foram encontrados 13 idosos (11 mulheres e dois homens), um dos quais acamado.
“A situação indigna em que estes idosos foram colocados e as precárias condições de organização e higiene encontradas, determinaram que as entidades envolvidas decidissem unanimemente pelo encerramento do estabelecimento e evacuação transitória dos utentes para Zona de Concentração e Apoio às Populações (ZCAP) de Valpaços”, explicou, em comunicado, a Segurança Social.
Esta ZCAP corresponde ao centro de acolhimento covid-19 que o município de Valpaços preparou no pavilhão multiusos e que não estava a ser utilizado.
Para este centro de acolhimento foram transportados 10 idosos, ficando os restantes três com familiares.
De acordo com o ISS, posteriormente e após aplicação de testes covid-19 será assegurado o realojamento dos utentes em respostas sociais “alternativas e condignas” providenciadas pela Segurança Social.
A operação contou com o apoio da Proteção Civil Municipal de Valpaços.
Na aldeia onde o lar funciona há vários anos juntaram-se alguns familiares dos idosos que optaram por os levar para as respetivas casas.
“A minha mãe é uma pessoa que não tem condições para ir para o pavilhão, é uma pessoa que está muito debilitada. Vou levá-la para minha casa, com grande sacrifício, porque fui operada há oito dias e não posso fazer esforços”, afirmou Eunice Carneiro.
Acrescentou que a mãe “estava muito bem cuidada” naquele lar onde já estava há dois anos.
Eunice Carneiro afirmou ainda que não sabia que se tratava de um lar ilegal.
“Fiquei a saber hoje, mas olhe estavam melhor aqui num lar que era ilegal do que em muitos que estão legais. Eu já tenho essa experiência”, referiu.
A filha da octogenária disse estar agora com um problema grave para resolver, porque pagava 750 euros neste local e as outras soluções disponíveis pedem à volta de “1.500 euros”.
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