No século XX manter relações homossexuais era considerado crime. Em Inglaterra e no País de Gales, tal lei perdurou até 1967, na Escócia, até 1980 e na Irlanda do Norte até 1982.

Alan Turing, o matemático inglês que durante a II Guerra Mundial ajudou a decifrar os códigos secretos nazis, foi, em 1952, condenado à castração química, ao abrigo desta lei, por ter mantido relações sexuais com um jovem de 19 anos. Dois anos depois, Turing viria a suicidar-se ao comer uma maçã que o próprio envenenou com cianeto de potássio.

Até 2013, o homem cuja vida foi retratada no filme “Jogo de Imitação”, que em 2014 ganhou o Óscar para melhor argumento adaptado, vivia com um cadastro agarrado ao seu legado. Nesse mesmo ano a rainha Isabel II concedeu um perdão ao matemático, uma ação muito aplaudida e que deu o mote para que o indulto fosse aplicado a todos os que, tal como Turing, foram condenados por práticas de homossexualidade ou bissexualidade no século passado, durante os anos em que a lei esteve em vigor.

O movimento cresceu e culminou na “Lei Policial e Criminal”, diploma que acabaria por ser batizado e conhecido por lei de Turing, em homenagem ao homem que veio a tornar-se num símbolo na luta pela igualdade de direitos dos homossexuais e bissexuais.

Na passada terça-feira, dia 31 de janeiro, o ministro da Justiça e do Interior, Sam Gyimah, em nome do governo britânico, publicou a lei e alargou o perdão atribuído a Alan Turing a outros 50 mil homens, entre eles o escritor Oscar Wilde, concedendo um indulto e “um perdão póstumo” todos aqueles que já partiram, e um perdão legal a todos os que ainda são vivos.

“Um dia verdadeiramente memorável”, disse o ministro no dia em que cerca de 50 mil cadastros criminais foram limpos, 50 anos depois da lei ser absolvida em Inglaterra.

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