A revista norte-americana The Hollywood Reporter avançou esta sexta-feira que a The New Yorker estava a preparar um artigo sobre acusações contra Moonves por comportamento sexual impróprio. Moonves é um dos homens mais poderosos de Hollywood.

Segundo a The Hollywood Reporter, Moonves teria beijado e tocado várias mulheres sem o seu consentimento ao longo de décadas.

Depois de a informação se tornar pública, o grupo difundiu um comunicado. "Os diretores independentes da CBS comprometem-se a investigar qualquer queixa de violação das normas internas da companhia sobre o tema".

"Uma vez concluída esta investigação, que inclui acusações que datam de várias décadas, a junta estudará as suas descobertas e tomará as medidas necessárias", acrescentou a CBS. "Todas as acusações de má conduta pessoal devem ser levadas a sério", acrescentou.

O assunto ganha mais relevância porque Moonves é um dos homens mais poderosos atingidos pelo movimento #MeToo contra o assédio sexual.

A denúncia foi redigida por Ronan Farrow, o jovem de 30 anos que partilhou um Prémio Pulitzer com o The New York Times este ano pelo trabalho sobre o magnata de Hollywood Harvey Weinstein, caso que deu origem ao movimento #MeToo.

Farrow manifestou-se no Twitter para dizer que não fará comentários sobre comunicados que não publicou.

"Se está a ler sobre o meu trabalho em fontes secundárias, frequentemente não recebe a história completa ou correta, especialmente nos casos em que as partes têm interesse em minimizá-la ou dar-lhe outra orientação", escreveu.

Segundo a Forbes, o património líquido de Moonves chega a 700 milhões de dólares e ele é um dos CEOs mais bem pagos dos Estados Unidos.

Moonves entrou para o grupo CBS em 1995 e chegou à direção em 2003. Ao longo da sua trajetória, esteve no comando de sucessos como "The Big Bang Theory", "Everybody Loves Raymond" e "CSI: Crime Scene Investigation".

Em novembro passado, o braço CBS News demitiu Charlie Rose, que era um dos jornalistas de televisão mais respeitados dos Estados Unidos, depois de oito mulheres dizerem ao jornal The Washington Post que foram alvo de insinuações sexuais indesejadas.