"No primeiro dia, em mais de 3.000 reuniões marcadas estavam feitas não chegava a 5% e, portanto, 95% do serviço não tinha sido efetuado. Ontem [terça-feira], com a declaração do Governo em querer que os serviços mínimos existissem fez ainda os professores aderir mais à greve", adiantou o dirigente sindical.

Mário Nogueira, que falava aos jornalistas na Escola Rainha Santa Isabel, na Pedrulha, Coimbra, onde reuniu com docentes, adiantou que os professores "não vão baixar a guarda, nem desistir".

Nesta escola "não há uma reunião que tenha sido feita", sublinhou.

"Esta é uma greve muito difícil: primeiro porque todos os professores, mesmo os que não estão em greve, têm de se deslocar para as suas escolas e permanecer lá por um tempo acrescido, porque mesmo estando nas reuniões, mesmo que elas não se estejam a realizar, como serão remarcadas para outros dias, os docentes nos outros dias, além do seu serviço, têm mais este serviço que vem de trás", explicou.

Os professores reivindicam a contabilização do tempo de serviço de nove anos, quatro meses e dois dias do seu trabalho - entre 31 de agosto de 2005 e 31 de dezembro de 2007 e desde 1 de janeiro de 2011 até 31 de dezembro de 2017, que esteve congelado para efeitos de progressão na carreira com o respetivo acerto salarial.

O Governo recusa-se a considerar a totalidade dos anos congelados, apesar de ter assinado a 18 de novembro de 2017 uma declaração de compromisso com os sindicatos na qual se dispunha a considerar todo esse período de trabalho dos docentes.

Esta manhã, o secretário-geral da Fenprof e de outras organizações sindicais estiveram na Escola Rainha Santa Isabel, na Pedrulha, que é o seu agrupamento, para acompanhar a greve e ouvir as queixas dos docentes.

"Antes do descongelamento estava no antigo oitavo escalão e estou nas quotas. Em janeiro congelaram, reposicionaram os escalões, e desci para o sexto, por azar das quotas. Este ano havia a possibilidade de mudar, mas pelos visto não vou mudar", a professora Maria Luísa Gonçalves, com 32 anos de serviço, que aufere mensalmente um salário líquido de 1.440 euros.

Para a docente, de 57 anos, "a questão é: para o ano vão fazer uma nova listagem para quotas e se correr como o ministério quer, não saberemos quantas vagas serão e, portanto, posso dizer que morri, entre aspas, no sexto escalão".

As dez estruturas sindicais que se uniram na contestação ao Governo em defesa da contagem integral do tempo de serviço congelado decretaram greve até 13 de julho, com início na segunda-feira.