"Eu penso que é importante a cidadania guineense exprimir-se de forma livre, porque os que aqui estão são cidadãos guineenses preocupados com o seu país, com a situação política no país, que reivindicam o direito de participarem em total liberdade", afirmou Domingos Simões Pereira a jornalistas.
O líder do PAIGC juntou-se cerca das 17:30 às centenas de guineenses que se juntaram hoje, desde as 14:00, na fonte luminosa, em Lisboa, para protestarem contra os acontecimentos que o país tem vivido desde fevereiro. No protesto estiveram também alguns deputados e ministros do Governo de Aristides Gomes.
"Eu sou um guineense, antes de mais, portanto aquilo que acontece com o meu país e com os guineenses também me afeta e por isso venho dar o meu sinal de respeito, de reconhecimento pelo esforço que os guineenses estão a fazer e dizer-lhes que eu acredito que é por via da expressão da cidadania que vamos lá chegar", afirmou.
O protesto, que decorreu durante toda a tarde, tentou respeitar as normas da Direção-Geral de Saúde no âmbito do combate à pandemia provocada pelo novo coronavírus, com os organizadores a pedirem às pessoas para manterem as máscaras na cara e a distância de segurança.
Presente esteve igualmente Marciano Indi, líder parlamentar da Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), partido liderado pelo atual primeiro-ministro, que pediu o respeito pela democracia, pela Constituição e pelas leis da Guiné-Bissau.
O PAIGC venceu as legislativas de 2019 e formou um Governo liderado por Aristides Gomes, mas foi demitido por Umaro Sissoco Embaló, logo após ter tomado posse como Presidente da Guiné-Bissau.
Umaro Sissoco Embaló nomeou Nuno Nabiam para o cargo de primeiro-ministro.
A tomada de posse de Umaro Sissoco Embaló está envolta em polémica, porque o Supremo Tribunal de Justiça ainda não se pronunciou sobre um recurso de contencioso eleitoral apresentado pelo candidato Domingos Simões Pereira, presidente do PAIGC, que disputou a segunda volta das presidenciais com o atual Presidente.
O líder do PAIGC insiste que quer apenas saber a verdade eleitoral.
O atual Presidente foi considerado vencedor do escrutínio pela Comissão Nacional de Eleições e mais tarde pela CEDEAO, levando ao seu reconhecimento pelos restantes parceiros internacionais da Guiné-Bissau.
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