“A Liga dos Bombeiros Portugueses exige transparência e rigor no processo de vacinação de todos os bombeiros contra a covid-19 e lamenta a anarquia que paira no processo e que faz querer pretender dividir os próprios bombeiros entre filhos e enteados”, destacou a Liga, em comunicado assinado pelo presidente Jaime Marta Soares.
A LBP revelou ainda ter tomado conhecimento que “restos de um lote de vacinas destinado a idosos vai ser utilizado na vacinação de bombeiros dos municípios de Palmela e de Setúbal”.
“[A Liga] não pode aceitar que haja a intenção de criar exceções, nomeadamente com restos, fazendo crer que os bombeiros são portugueses de segunda”, atirou.
Assegurando que não está contra a vacinação dos bombeiros dos referidos municípios, a confederação lamentou que “os 15 mil bombeiros que aguardam, pelos vistos, fiquem para trás”.
E lembrou que reclama “há meses” a vacinação “urgente e generalizada de todos os bombeiros exigindo que lhes seja dada prioridade, não só na defesa dos próprios mas também para que possam estar em melhores condições de continuar a prestar o apoio e o socorro às populações”.
Além de exigir por parte do ministério da Administração Interna uma “resposta clara e inequívoca sobre o que se está a passar”, a LBP assegurou que “caso ela não venha urgentemente esclarecer os bombeiros, e a própria opinião pública, reserva-se o direito de formular uma queixa formal à Procuradoria Geral da República (PGR)”.
A confederação dos bombeiros questionou também sobre todo o processo de vacinação, apontando que “sempre agiu de boa fé e com espírito de cooperação nos contatos com o Governo”.
“Mas percebe que, por trás, afinal as coisas estão a ser encaminhadas pelas costas da generalidade dos bombeiros, dos seus dirigentes, comandos e da sua confederação”, salientou.
“Os bombeiros portugueses são merecedores de respeito e consideração e não podem estar sujeitos a práticas nada claras nem transparentes que agora, pelos vistos, pretendem inclusive, não só desrespeitá-los como dividi-los entre quem terá acesso fácil ao Governo e os outros”, acrescentou.
Numa entrevista ao jornal Expresso, o coordenador da ‘task-force’, Francisco Ramos disse hoje que está a ser trabalhada uma proposta “para que possam ser incluídos entre os prioritários os titulares de altos cargos de decisão” e os bombeiros, entre outros setores.
“Os titulares de altos cargos inserem-se aqui. Mas não só. Estamos a falar também de bombeiros, que não são profissionais de saúde, mas que trabalham na emergência pré-hospitalar e transporte de doentes urgentes. Estamos a falar de cerca de 16 mil pessoas”, afirmou.
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