Com paragens nas estações de serviço de Aveiras, Santarém e Leiria, o ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, conduziu dois carros elétricos de última geração para demonstrar a capacidade dos novos pontos, capazes de abastecer a bateria de um carro em cerca de meia hora.

Para dar o exemplo da mudança para o elétrico, com ganhos ambientais e economia, o Governo abriu concurso para a compra de 170 carros de última geração, capazes de autonomias de cerca de 400 quilómetros.

Além disso, este ano foi lançado concurso para apoiar a compra de 500 autocarros elétricos, que acabaram por ser 516, a maior parte para as empresas públicas de transporte que operam em Lisboa e Porto.

No âmbito do Fundo Ambiental lançado este ano, foi também recomendado às autarquias que mudem para o elétrico nos seus veículos técnicos mas também para os carros de serviço dos piquetes, a que responderam 119 municípios.

O ministro destacou que os carros elétricos estão a ficar mais baratos, podendo hoje comprar-se um por entre 20 mil e 22 mil euros e contar com o incentivo à compra de carro elétrico, no valor de 2250 euros por carro.

No ano passado venderam-se 700 carros elétricos em Portugal, de um total de 4.230 a circular, um número que se espera que aumente este ano para o dobro.

João Matos Fernandes afirmou que os transportes são responsáveis por 23% das emissões atmosféricas, que Portugal tem que reduzir em 26% até 2030, como se comprometeu no Acordo de Paris, assinado em dezembro de 2015.

Ao todo, na A1, entre Lisboa e Porto, estarão dez pontos de carregamento distribuídos pelas estações de serviço de Aveiras, Santarém, Leiria, Pombal e Antuã.

O ministro acredita que “em dez anos” haverá uma procura de postos de abastecimento elétrico semelhante à de combustíveis fósseis.

O Governo planeia instalar mais pontos de carregamento rápido, no prazo de um a dois meses, em Aveiro, Vilar Formoso, Abrantes, Castelo Branco, Guarda, a juntar aos mais de mil de carregamento mais lento já instalados em todo o país.

No fim do ano, todos os municípios portugueses deverão ter pelo menos um ponto de carregamento de carros elétricos.

Habituado a guiar um carro elétrico em Lisboa, João Matos Fernandes, natural do Porto, antecipa que poderá passar a ir de carro elétrico para casa, mesmo com uma autonomia de cerca de 80 quilómetros, típica dos automóveis elétricos de primeira geração.

O secretário de Estado adjunto e do Ambiente, José Mendes, afirmou que os postos de carregamento rápido passarão a ser pagos, apesar de hoje a energia ser gratuita para quem tem carro elétrico.

“Vai ter que se pagar”, reconheceu, afirmando que as operadoras elétricas estão a já a testar formas de criar um cartão, associado ao consumo de eletricidade caseiro, para usar nos postos e pagar a eletricidade do carro na fatura mensal.

José Mendes indicou que as operadoras tenderão a criar “tarifários específicos” para a eletricidade dos carros.

O presidente da EDP, António Mexia, disse à Lusa que mesmo pagando, o consumo de eletricidade ficará sempre “muito mais barato” do que a gasolina ou gasóleo.

O responsável da elétrica portuguesa referiu que se todos os carros a circular passassem a elétricos, isso significaria menos "1,5 mil milhões de euros" gastos em importações, com a capacidade de produção que Portugal já tem, incluindo de fontes renováveis.

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