"Neste caso de obras inesperadas e de bastante complexidade técnica, só à medida que vamos encontrando (...) as construções que estão no terreno é que podemos ir fazendo uma previsão [do tempo], mas diria que no mínimo quatro meses, mas isso depende muito" [do que for encontrado], disse aos jornalistas a diretora municipal de Projetos e Obras da Câmara de Lisboa, Helena Bicho.
A mesma responsável, que falava junto ao local do deslizamento de terras depois de uma reunião do município com moradores, vincou que "este dado é absolutamente falível", já que anteriormente se indicava num prazo de três meses para as intervenções.
Também presente na ocasião, o vereador da Proteção Civil, Carlos Manuel Castro, sublinhou que, é necessário garantir a segurança dos trabalhadores antes de iniciar a obra, razão pela qual o prazo das intervenções poderá "ser mais rápido ou mais lento", dadas as condições atmosféricas.
"Não vamos antecipar agora qualquer data", acrescentou.
Helena Bicho garantiu que "a Câmara Municipal garantirá todo o apoio necessário aqui aos moradores da Damasceno Monteiro", em termos de "condições de alojamento e de alimentação".
Parte do muro (propriedade privada) do condomínio Vila da Graça, no bairro Estrela d'Oiro, ruiu pelas 05:40 de segunda-feira, provocando um deslizamento de terras para as traseiras de cinco edifícios da rua Damasceno Monteiro (dos números 102 ao 110).
Segundo a autarquia, mantêm-se evacuados os prédios dos números 102, 104, 106, 108 e 110 da Rua Damasceno Monteiro, num total de 78 pessoas realojadas.
Também hoje, a rua foi interditada à circulação automóvel para arrancarem as obras de intervenção nos prédios afetados e assim continuará nos próximos dias.
O deslizamento, cujas causas ainda não são conhecidas, provocou danos nos cinco edifícios de habitação e em algumas viaturas.
Questionado pelos jornalistas sobre os alertas feitos nos últimos 15 anos pelos moradores sobre a situação do muro, o vereador Carlos Manuel Castro salientou que, neste momento, a “prioridade é garantir a segurança e o bem-estar” das pessoas, que precisam de “apoio imediato”.
“Todas essas questões são pertinentes, mas se nos envolvermos nessas questões de âmbito burocrático e legal estas pessoas nunca mais irão regressar às suas casas. O que nós queremos é que estas pessoas sintam por um lado, apoio, e por outro, que a câmara foi mais além e assumiu a responsabilidade da parte de trás da obra”.
Segundo o vereador, quando for “retomada a normalidade da vida das pessoas” haverá “condições para tratar dessas questões”.
“Agora, temos de perceber que há prioridades, ou nos enredamos em questões que não ajudam as pessoas, ou fazemos aquilo que estamos a fazer, que é garantir a segurança das pessoas”, fazer a obra e restabelecer a normalidade, disse.
Nas declarações aos jornalistas, o vereador explicou também as que residências da Vila Graça, condomínio do qual faz parte o muro que colapsou, provocando o deslizamento de terras, estão a ser monitorizadas, mas não estão em risco.
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