“Dois oficiais das informações [serviços secretos]” da Bielorrússia “trabalhavam sob a cobertura de diplomatas e foram convidados a deixar a Lituânia. Não obrigado, e adeus”, acrescentou na rede social Twitter o ministro dos Negócios Estrangeiros, Gabrielius Landsbergis.
O seu ministério declarou que um representante da embaixada da Bielorrússia foi convocado para um protesto “contra as contínuas repressões da sociedade civil bielorrussa e os ‘media’ independentes”.
Landsbergis declarou que esta decisão foi igualmente adotada em solidariedade com a Letónia, o vizinho báltico da Lituânia, após a expulsão de todo o seu pessoal diplomático da Bielorrússia.
Minsk acusou na ocasião as autoridades letãs de terem substituído a bandeira bielorrussa pela da oposição à margem do mundial do hóquei sobre o gelo.
De seguida, a Letónia expulsou diplomatas bielorrussos.
A Bielorrússia está submetida a intensa pressão internacional após ter desviado um avião da Ryanair, forçado a aterrar em Minsk no domingo e que implicou a detenção do jornalista dissidente Roman Protasevich e da sua companheira, que seguiam a bordo.
A União Europeia ripostou ao proibir as companhias aéreas bielorrussas de acesso ao espaço da UE e pediu às transportadoras europeias para não sobrevoarem o seu espaço aéreo.
Ameaçou ainda o regime do Presidente Alexander Lukashenko com severas sanções económicas.
Entre as empresas que decidiram evitar o espaço aéreo bielorrusso estão, além da Air France e da Austrian Airlines, a Lufthansa, a Swiss, a Finnair, a Iberia, a polonesa LOT, a Air Baltic, a KLM e a própria Ryanair.
Além disso, a Ucrânia suspendeu todos os voos entre os dois países e proibiu as suas companhias aéreas de cruzar o espaço aéreo bielorrusso, apesar de o aeroporto de Kiev perder 10% de sua receita por causa da medida.
A companhia aérea bielorrussa Belávia, por sua vez, anunciou o cancelamento de voos para cerca de uma dezena de países devido ao encerramento do espaço aéreo pela UE para a companhia.
Protasevich, 26 anos, cujo canal Nexta na rede social Telegram se tornou a principal fonte de informação nas primeiras semanas de protestos antigovernamentais após as eleições presidenciais de agosto de 2020, encontra-se detido em Minsk e já foi submetido a interrogatórios.
As presidenciais de 09 de agosto de 2020 na Bielorrússia deram a vitória a Lukashenko, com 80% dos votos, no poder há 26 anos, um escrutínio contestado pela oposição e que não é reconhecido pelos países ocidentais.
Hoje, Lukashenko vai encontrar-se com o Presidente russo, Vladimir Putin, para debater a situação criada em torno do incidente com o voo da Ryanair.
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