O regulamento especial permite às autoridades parar e revistar tanto veículos como civis nas zonas fronteiriças, bem como em outros pontos de controlo, como aeroportos e estações ferroviárias.
Além da Polónia e Letónia, a Lituânia partilha uma fronteira com o enclave russo de Kaliningrado, no Mar Báltico, e com a Bielorrússia, um dos principais aliados de Moscovo.
Desde o início da guerra na Ucrânia, Vilnius olha para o conflito como uma ameaça à sua segurança.
“Propomos prolongar a situação, porque nada mudou, nada melhorou, só piorou”, sustentou a primeira-ministra lituana, Ingrida Simonyte, no parlamento, acrescentando que após o destacamento de mais tropas russas na Bielorrússia “não há razão para dizer que a situação de segurança tenha melhorado”.
Vilnius decretou o estado de emergência após a invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro, e desde então prorrogou a medida duas vezes.
Inicialmente, a medida foi imposta em todo o país, mas em setembro foi reduzida às zonas fronteiriças e pontos de controlo como aeroportos e estações de comboio.
O estado de emergência já estava em vigor no território limítrofe da Bielorrússia desde novembro de 2021, em resposta às tentativas de entrada de milhares de migrantes na Lituânia, tentando assim obter acesso ao território da União Europeia.
A ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas — 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa — justificada por Vladimir Putin com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 293.º dia, 6.755 civis mortos e 10.607 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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