“O partido neste momento, no congresso, decidiu dar confiança aos próximos órgãos para concluir o que vinha da Assembleia anterior. Todas as questões que tenham a ver com grupo parlamentar e o partido vão ser decididas no lugar próprio, no órgão próprio, e é a essas decisões certamente que eu, enquanto membro individual do Livre, me reportarei”, disse Rui Tavares aos jornalistas no final dos trabalhos do IX Congresso.

O congresso do Livre decorreu em Lisboa, no sábado e hoje, e ficou marcao pelo adiamento da decisão sobre a retirada de confiança política à deputada eleita em outubro.

A Assembleia do partido propôs essa retirada de confiança, através de uma resolução, mas o congresso votou pelo adiamento e remeteu a decisão de volta ao órgão máximo entre congressos, não havendo ainda data indicativa para a decisão ser conhecida.

“Tudo foi entregue à próxima Assembleia, e a próxima Assembleia saberá certamente escolher o melhor caminho”, salientou Rui Tavares, notando que aquele órgão “vai ter um trabalho muito importante nos próximos tempos”.

Para o dirigente, o Livre é um “partido com um profundo sentido da democracia interna”, e é aí que se vai basear para encontrar “as melhores soluções”.

O IX Congresso do Livre elegeu hoje, por ampla maioria, os novos órgãos nacionais do partido – o Grupo de Contacto (direção), o Conselho de Jurisdição e a Assembleia. Rui Tavares foi o membro da Assembleia que mais votos recolheu (63) e a deputada única do Livre deixou de fazer parte da direção do partido, não integrando qualquer destas três estruturas.

Notando que lhe agrada que os órgãos tenham “saído reforçados”, o fundador do Livre notou que a Assembleia “é constituída, em larga medida, por pessoas que renovaram o seu mandato”.

Durante a manhã, Rui Tavares e Joacine, ambos sentados na primeira fila do congresso, trocaram algumas palavras, sempre num tom baixo para que não se percebesse de que falavam. Foi a deputada que se levantou para ir ter com o antigo eurodeputado, e foi a primeira vez que se dirigiu a ele nos dois dias de congresso, mesmo apesar de estarem separados por apenas alguns lugares.

Questionado sobre o teor desta conversa, o fundador do partido, que é membro da Assembleia e votou a resolução aprovada por unanimidade que propunha que fosse retirada a confiança política a Joacine Katar Moreira, disse apenas que não iria comentar “conversas privadas, nem sequer conversas privadas que são mais para a fotografia”.

Rui Tavares votou a favor da proposta de retirada de confiança a Joacine Katar Moreira na Assembleia do Livre e no congresso apoiou o adiamento da decisão.

“Cada dia, semana, mês que se passa a tentar corrigir os problemas das notícias que tivemos pelas razões erradas, significa anos de reconstrução de credibilidade”, frisou o dirigente aos jornalistas, revelando que sai do congresso com a convicção de que “o Livre tem arcaboiço para esse trabalho de credibilidade permanente, para reconstrução dessa credibilidade permanente para reconstrução dessa credibilidade onde ela precisar ser reconstruída”.

O Livre pode “viver sem uma pessoa, ou outra pessoa, mas não pode viver sem os seus princípios e valores”, e é um partido que “tem sabido encarar as várias ironias que o destino lhe tem posto à frente”, considerou.

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