Foi durante a conferência internacional “Valorizar a Docência Dar rosto ao Futuro”, que está a decorrer na Alta Magna, em Lisboa, que o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) voltou a garantir que a Fenprof “não baixa os braços”.

Mário Nogueira lembrou as principais lutas travadas pela federação no dia em que se celebra 40 anos de vida, como o caso da recuperação do tempo de serviço congelado, que tem levado a fortes protestos por parte dos professores com greves nas escolas e manifestações um pouco por todo o país.

“Foi uma luta que começou em 2018 e que ainda não terminou, como não terminará enquanto um dia de tempo que foi cumprido estiver por recuperar. Essa será uma luta que perseguirá todo e qualquer governo enquanto se mantiver a injustiça”, afirmou Mário Nogueira, perante uma plateia atenta.

Defendendo que os governos de António Costa “já demonstraram não querer resolver o problema”, o secretário-geral da Fenprof alertou que tal posição “impedirá as escolas de retomar a serenidade necessária”.

Hoje, Mário Nogueira voltou a acusar o primeiro-ministro de considerar “politicamente mais grave” recuperar o tempo de serviço dos professores do que “qualquer galambice do seu Governo”, numa referência à polémica em torno do ministro João Galamba.

No discurso, Mário Nogueira lembrou ainda que o caderno reivindicativo não “se esgota na carreira ou nos concursos”, passando também pela luta por condições de trabalho dignas, combate à burocracia, horários de trabalho adequados ou um regime de aposentação que tenha em conta o desgaste físico, psíquico e psicológico.

Em relação ao ministro João Costa, defendeu que existe “um ‘modus operandi’ distinto do de equipas anteriores, mas que não se distingue na política”.

Mário Nogueira disse não compreender como é que um Governo que inscreveu no programa a obtenção de um pacto na Educação e a possibilidade de discutir e chegar a um Protocolo Negocial para a Legislatura, não tenha aceite “sequer, fazer essa discussão”, criticou.

E disse acreditar que, se “tivesse existido vontade e capacidade políticas para tal, talvez a situação que se vive na Educação fosse substancialmente diferente”.

Mário Nogueira lembrou ainda que as lutas da Fenprof se estendem ao ensino superior e à ciência, assim como aos professores que trabalham nas escolas lá fora ou do ensino particular e cooperativo.

No âmbito do seu 40.º aniversário da Fenprof, várias individualidades nacionais e internacionais falaram sobre a importância dos professores na sociedade e da necessidade da sua valorização.

Na luta pelos direitos e reconhecimento do seu trabalho esteve “uma Fenprof que se recusa a caminhos fáceis, assentes em discursos simplistas e demagógicos do ‘tudo ou nada’, do ‘agora ou nunca’ ou do ‘agora é que é’, pois a facilidade com que mobilizam é a mesma que leva ao desanimo ou do baixar de braços”, disse Mário Nogueira.