“Hoje, as redes elétricas da Ucrânia e da Moldávia foram sincronizadas com êxito com a rede da Europa continental. Isto ajudará a Ucrânia a manter o seu sistema elétrico estável, as casas quentes e as luzes acesas durante estes tempos de escuridão”, anuncia a comissária europeia da Energia, Kadri Simson.

Numa declaração hoje publicada, a responsável pela tutela no executivo comunitário descreve este como “um marco histórico para a relação UE-Ucrânia nesta área” dado que “a Ucrânia faz agora parte da Europa”.

A sincronização surge depois de, no final de fevereiro, os ministros da Energia da UE terem alcançado um consenso político sobre a interligação da rede elétrica ucraniana com a europeia, que contou com o aval da gestora portuguesa da Redes Energéticas Nacionais (REN), para fornecimento após invasão russa do país.

Esta ligação das redes elétricas ucraniana com a europeia facilitará as trocas entre os países e tornará mais fácil ultrapassar problemas de fornecimento de eletricidade para a Ucrânia.

Também há duas semanas, a Rede Europeia de Operadores de Sistemas de Transmissão (ENTSO-E) anunciou ter recebido um “pedido urgente” do operador elétrico ucraniano “para uma sincronização de emergência do sistema elétrico […] com o sistema elétrico da Europa Continental”.

A área abrangida pela ENTSO-E inclui um total de 35 países, da UE e parceiros.

A Ucrânia estava sincronizada com a rede elétrica russa até à invasão russa do país, em 24 de fevereiro.

Na nota hoje divulgada, a comissária europeia da Energia, Kadri Simson, agradece à ENTSO-E e aos Estados-membros da UE “pelo seu apoio a este projeto, que não está isento de riscos”.

“A UE continuará a apoiar a Ucrânia no setor energético, assegurando a inversão dos fluxos de gás para o país e a entrega de fornecimentos de energia que são extremamente necessários”, vinca Kadri Simson, adiantando aguardar “com expectativa o momento em que se possa continuar a excelente cooperação na transição ‘verde’ e nas reformas de mercado”.

A invasão russa da Ucrânia tem vindo a causar uma acentuada subida no preço do gás na UE e nos preços globais do petróleo, aumento esse que surgiu no contexto de um pico já existente nos preços energéticos, dada a crise no setor.