Kamil Syller, um advogado polaco lançou, em outubro, um plano para fornecer apoio aos migrantes que entram ilegalmente no país, vindos da Bielorrússia: os habitantes locais que vivem perto da fronteira devem ligar uma luz verde para sinalizar que podem fornecer comida e abrigo.
A página do projeto no Facebook publica em inglês, polaco e árabe para aumentar a consciencialização sobre este sinal que tudo pode mudar na vida dos migrantes.
"Não vos ajudamos a esconderem-se nem na vossa futura viagem. Apenas vos ajudamos a sobreviver, num ato de solidariedade para com pessoas em necessidade", é avisado na página.
Mas o gesto está a ultrapassar a Polónia. Em Nápoles, um artesão local iluminou um presépio do século XVIII com luzes verdes, de forma a mostrar o apoio a esta causa.
Por estes dias, o presépio de San Gregorio Armeno tem vindo a ser decorado por Genny Di Virgilio, que aceitou o apelo dos migrantes, mesmo estando longe da fronteira.
"Tal como aconteceu com a Sagrada Família", explica, "que, fugindo da violência de Herodes, chegou à gruta de Belém onde Jesus nasceu, espero que os migrantes atravessem a fronteira e encontrem refúgio nas casas das lanternas verdes", contou ao jornal católico italiano Avvenire.
"Espero que este meu gesto simbólico mas esperançoso seja assumido por outras pessoas, colorindo de verde um presépio em cada local", disse.
Milhares de migrantes, principalmente do Médio Oriente, acampam há dias ao longo da fronteira polaca, do lado bielorrusso, na esperança de poderem entrar na UE.
O Ocidente acusa Minsk de, apoiado por Moscovo, ter orquestrado este afluxo desde o verão, em resposta às sanções ocidentais contra a Bielorrússia e para dividir a UE.
A tensão aumentou na terça-feira, quando as forças polacas usaram canhões de água e gás lacrimogéneo contra os migrantes que atiram pedras. Varsóvia acusou o regime de Alexander Lukashenko de dar granadas de fumo e outras armas a quem tentasse atravessar a fronteira.
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