Os dois encontraram-se no aeroporto de Ajaccio (capital da ilha mediterrânica da Córsega), para a sua segunda reunião em seis meses, após uma realizada em junho, em Itália, à margem do G7 (grupo dos sete países mais industrializados do mundo e União Europeia), informou o Eliseu, num comunicado.

Durante 40 minutos, Macron e o Papa, que esteve na Córsega durante nove horas para assistir a um congresso dedicado à Religiosidade Popular no Mediterrâneo, discutiram questões geopolíticas da atualidade, como as guerras na Faixa de Gaza e no Líbano, a transição síria e a invasão russa da Ucrânia, em curso há quase três anos.

Expressaram também a sua solidariedade em relação à catástrofe humanitária nas ilhas francesas de Mayotte, no oceano Índico, onde o ciclone Chido devastou grande parte do arquipélago, fazendo um número de vítimas ainda por contabilizar, estimado em várias centenas.

Quanto à frente da Ucrânia, a Presidência francesa “saudou a mobilização do Vaticano sobre a troca de prisioneiros e o destino das crianças ucranianas na Rússia”.

Macron recordou que “França apoiará a Ucrânia com tudo o que faça falta e durante o tempo que seja necessário para criar as condições para uma paz justa e duradoura, respeitando os direitos legítimos da Ucrânia”.

No que diz respeito ao Médio Oriente, o presidente francês referiu que os dois partilham “uma profunda preocupação” com a “situação perigosa” na Faixa de Gaza, onde apelaram para um “cessar-fogo imediato”.

Relativamente à Síria, expressaram acordo quanto ao “desejo de ver uma transição política justa e inclusiva” por parte das novas autoridades de Damasco, que substituíram o regime do presidente Bashar al-Assad, deposto pela coligação rebelde liderada pelo grupo islamista Organização de Libertação do Levante (HTS, em árabe).

A Presidência francesa fez uma breve menção à reabertura, a 07 de dezembro, da catedral de Notre Dame de Paris, um dos templos católicos mais emblemáticos do mundo, que foi reconstruído em tempo recorde após o grave incêndio de abril de 2019.

“O presidente agradeceu ao pontífice a mensagem que enviou por ocasião da reabertura de Notre Dame de Paris”, lê-se na nota.

Segundo a imprensa francesa, a ausência do Papa na cerimónia de reabertura da catedral causou mal-estar no Eliseu.