"Podemos imaginar que a conversa será franca e bastante direta, inclusivamente sobre temas com as liberdades na Rússia", afirmou a ministra para Relações Europeias, Marielle de Sarnez.
O jovem chefe de Estado francês, de 39 anos, encerra assim uma maratona diplomática que o levou, na quinta-feira, à reunião da cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla inglesa) em Bruxelas e depois, no fim de semana, ao encontro do G7 em Taormina (Itália).
"Donald Trump, o presidente turco (Recep Tayyip Erdogan) ou o presidente russo estão numa lógica de relação de forças, o que não me irrita", afirmou Macron no fim de semana.
O presidente francês prometeu um "diálogo exigente" e "sem nenhuma concessão" com Putin. O presidente russo pediu a Macron para "superar a desconfiança mútua", numa mensagem de felicitações após a sua vitória eleitoral.
Os temas do encontro serão as relações franco-russas, as suas visões sobre o futuro da União Europeia, a luta antiterrorista e as crises regionais, da Ucrânia à Síria, passando por Líbia e Coreia do Norte.
Os dois terão uma reunião a sós e depois um almoço na presença de suas delegações. Uma conferência de imprensa está prevista, assim como a inauguração de uma exposição, o pretexto para justificar a visita de Putin.
A exposição "Pedro o Grande, um czar na França" recorda a visita de Pedro I — uma figura admirada por Putin — a Versalhes em maio e junho de 1717, uma viagem que estimulou as relações diplomáticas entre França e Rússia.
Amnistia Internacional pede a Macron que pressione Putin sobre homossexuais chechenos
A cena montada hoje de manhã pela organização dos direitos humanos - dois casais de homens que se abraçam com uma bandeirola a dizer "Stop à homofobia na Chechénia" com a torre Eiffel como fundo - visa alertar para o problema checheno no dia em que o Presidente Emmanuel Macron recebe o chefe de Estado Russo, Vladimir Putin.
"Queremos que Macron faça pressão sobre Putin, para que ele faça, por seu lado, pressão sobre Kadyrov (o presidente checheno), que persegue com toda a impunidade os homossexuais com a bênção das autoridades" russas, disse à AFP Cécile Coudriou, vice-presidente da Amnistia Internacional francesa.
No final de março, o jornal independente russo Novaia Gazeta revelou que os homossexuais eram alvo de perseguições por parte das autoridades na Chechénia, sociedade conservadora onde a homossexualidade é considerada tabu.
A organização Human Rights Watch (HRW) confirmou, num relatório divulgado na semana passada, a perseguição de dezenas de homens homossexuais ou bissexuais na Chechénia e pediu à Rússia para garantir uma investigação "completa e imparcial" do caso.
Dezenas de homens homossexuais ou bissexuais foram detidos, agredidos e humilhados por polícias chechenos "num aparente esforço para os eliminar da sociedade chechena", afirmou a organização de defesa dos direitos humanos com sede em Nova Iorque.
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