"A reabilitação exige que alguém se envolva honestamente com a plena verdade do seu crime e as consequências dele. Ninguém pode alegar ter remorsos se não for capaz de se envolver totalmente com a verdade", disse June Steenkamp em comunicado enviado ao conselho de liberdade condicional que está a rever o apelo de libertação antecipada de Pistorius.

Esta sexta-feira, o ex-atleta paralímpico da África do Sul, Oscar Pistorius, pediu a libertação antecipada da prisão, uma década depois de matar a namorada Reeva Steenkamp.

Pistorius, de 37 anos, está perante um conselho de liberdade condicional no centro correcional fora de Pretória, onde está atualmente detido há dez anos.

O conselho está a analisar se o ex-atleta está apto para uma reintegração social, disse o departamento de serviços correcionais.

"Não temos a certeza se o preso, se tiver sucesso, vai para casa hoje ou se haverão outros termos indicando novos programas de reabilitação", disse à AFP o porta-voz dos serviços correcionais Singabakho Nxumalo.

Esta é a segunda tentativa de Pistorius em obter a liberdade condicional em menos de oito meses.

A primeira tentativa foi feita em março, quando o conselho descobriu que Pistorius não tinha completado o período mínimo de prisão exigido para ser libertado.

O Tribunal Constitucional no mês passado decidiu que foi um erro, abrindo caminho para uma nova audiência.

Pistorius matou Steenkamp, sua namorada que era modelo profissional, nas primeiras horas do Dia dos Namorados de 2013, disparando quatro tiros pela porta do chuveiro de sua casa em Pretória.

Conhecido mundialmente como o "Blade Runner" pelas próteses de fibra de carbono que utiliza para se mover, Oscar Pistorius foi considerado culpado pelo assassinato de Reeva Steenkamp e condenado a uma sentença de 13 anos de prisão, em 2017, após um longo julgamento e vários recursos.

Declarando-se inocente e negando ter matado Steenkamp com raiva, Pistorius confessou o crime afirmando que a confundiu com um ladrão.