Os detidos foram dois gestores e quatro “madames” do Artemis. No momento da operação encontravam-se no estabelecimento 117 prostitutas e 100 clientes, segundo informações oficiais.

A prostituição é legal na Alemanha, mas a polícia alega que o mega bordel de quatro andares instituiu um sistema “brutal e ilegal de prostituição” que explora severamente as mulheres.

A polícia informou ainda que os detidos são acusados de fraude fiscal e de falta de pagamento das contribuições para a segurança social. A equipa também se encontra a investigar a possibilidade de existir uma rede de tráfico de seres humanos no Artemis. A maioria das mulheres que trabalham no bordel tem origem na Europa ocidental, na Rússia e em vários países árabes.

Os motoqueiros “Hells Angels”, proprietários do bordel, são acusados de atraírem mulheres para o clube em troca de favores, informou o investigador Sjors Kampstra. A investigação surgiu depois da denúncia de uma prostituta que fugiu do seu ex-companheiro, um elemento dos “Hells Angels” que alegadamente a maltratava.

Os investigadores focaram-se nas acusações de evasão fiscal “como foi feito com Al Capone”, disse Andreas Behm, inspetor-chefe da polícia de Berlim, em referência ao caso que levou um dos maiores criminosos da história americana à prisão.

A polícia alega que embora o Artemis tivesse contratado oficialmente as mulheres como trabalhadoras do sexo independentes, elas eram na realidade empregadas a tempo inteiro do estabelecimento, com um horário de trabalho, lista de preços e instruções para praticarem determinados atos sexuais específicos. Ao não serem feitos os pagamentos das prestações sociais, o estado alemão deixou de receber cerca de 17,5 milhões de euros, isto para além da suposta evasão fiscal que ocorreu, alertou Michael Kulus, fiscal das finanças.

Na operação foram confiscados 6,4 milhões de euros em dinheiro, assim como carros e propriedades, incluindo 12 apartamentos e outras instalações, não só em Berlim, mas também noutros lugares do país.