Uma missão da Organização das Nações Unidas, liderada pela OMS, conseguiu entrar esta semana no que resta do edifício daquele hospital, para avaliar o nível de destruição e equacionar uma possível reconstrução.
“Tal como a maioria do norte de Gaza, Al-Shifa, que era o mais importante hospital de Gaza, é agora uma concha vazia, sem pacientes e com a maioria dos edifícios substancialmente danificados ou destruídos”, revelou a OMS em comunicado.
Os peritos que conseguiram entrar no edifício descreveram a existência de numerosas sepulturas escavadas em várias áreas do hospital, descobriram cadáveres parcialmente enterrados e um forte odor a corpos em decomposição.
“É impraticável retomar pelo menos os serviços mínimos do hospital a curto prazo; isso requereria enormes esforços para encontrar e neutralizar engenhos explosivos e garantir a segurança no local”, sublinhou a OMS.
O Hospital Al-Shifa, onde estavam milhares de refugiados e deslocados, além de pacientes e pessoal médico, foi alvo, em março, de duas semanas de uma ofensiva e cerco militar por parte de Israel, que o deixou destruído.
As autoridades da Faixa denunciaram “um massacre sangrento”, depois de o exército israelita ter declarado a morte de dezenas “de terroristas”, que Gaza alegou serem civis palestinianos.
De acordo com a missão da ONU e da OMS, que cita fontes médicas do hospital, os pacientes foram mantidos “em condições terríveis” durante o cerco, e pelo menos 20 não resistiram à “cruel falta de comida, água, saúde e higiene”.
A mais mortífera guerra entre Israel e o Hamas, iniciada a 07 de outubro de 2023, cumpre seis meses no domingo.
O conflito foi desencadeado a 7 de outubro de 2023 com o inédito ataque do movimento islamita palestiniano a território israelita, o que levou Israel a retaliar, prometendo que só terminaria com a ofensiva militar depois de “aniquilar” o Hamas.
Segundo o Ministério da Saúde do Hamas, 32.500 pessoas morreram e 75.000 ficaram feridas no conflito.
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