O realojamento de todas as famílias em residências “será feito dentro de pouco tempo”, afirmou à Lusa o autarca Carlos Castro, após uma reunião com os moradores desalojados.

“Temos cerca de 35 famílias que estão em casas de familiares e hotéis”, indicou o vereador da Segurança e Proteção Civil, referindo que, “neste momento, é necessário garantir às pessoas condições de habitabilidade numa residência para que façam a sua vida normal enquanto não regressarem às suas casas”.

A 27 de fevereiro, parte do muro (de propriedade privada) do condomínio Villa Graça, no bairro Estrela d'Oiro, ruiu pelas 05:40, provocando um deslizamento de terras para as traseiras de cinco edifícios da rua Damasceno Monteiro (dos números 102 ao 110).

A autarquia evacuou os cinco prédios afetados e teve que realojar um total de 78 pessoas.

Neste âmbito, a Câmara de Lisboa assumiu como primeira prioridade o apoio às pessoas desalojadas, seguindo-se a questão das obras para recuperar a segurança do espaço físico afetado e, por último, o apuramento das responsabilidades do desastre ocorrido.

O realojamento das famílias em residências “está a desenrolar-se” e as obras já estão a decorrer, indicou o vereador Carlos Castro.

Questionado sobre a existência de problemas no processo de realojamento, o autarca reconheceu que “há uma questão delicada” relativamente às famílias com animais domésticos, adiantando que essa situação está a ser resolvida.

Segundo Carlos Castro, a autarquia vai continuar a garantir respostas de realojamento para os animais “para que também os próprios animais sintam o conforto necessário”.

No final da reunião, houve moradores que se queixaram de não poderem levar os animais para as residências em que vão ser realojados.

Sobre o tipo de intervenção a realizar na área afetada pelo aluimento de terras, a Câmara de Lisboa está a aguardar a conclusão do plano de intervenção global.

“Quando tivermos esse plano, temos uma leitura muito mais concreta daquilo que é necessário fazer em termos futuros, quer em termos da necessidade da obra, quer em termos dos prazos temporais”, esclareceu o autarca.

De acordo com Carlos Castro, “o ponto de honra é a questão de fazer o restabelecimento das condições de habitabilidade - e estas têm que garantir um pressuposto fundamental que é segurança do espaço –”, de forma a permitir que as pessoas regressem às casas com toda a segurança.

Em relação às 10 lojas fechadas devido ao desabamento de terras, o vereador referiu que a autarquia está a “procurar ver como é que é possível poder prestar o apoio a estas entidades”, pelo que vai reunir “dentro de poucos dias” com os lojistas para “prestar as informações e a colaboração possível”.

“Nalguns casos, estamos a falar de imigrantes. Estamos a apoiá-los no sentido do contacto com a Segurança Social”, uma vez que deixaram de ter fonte de rendimentos por não poderem exercer a atividade, adiantou o autarca.

Relativamente ao apuramento das responsabilidades do desabamento do muro, Carlos Castro indicou que está a ser feita “uma recolha de todo o tipo de documentação” existente sobre esta situação, frisando que “a questão da responsabilidade terá o momento próprio”.

A 09 de março, a Câmara de Lisboa aprovou, por unanimidade, uma proposta para o investimento de 3,18 milhões de euros na estabilização do muro que colapsou e na recuperação dos prédios afetados.