Os doentes internados em enfermaria com covid-19 atingiram hoje o número mais elevado dos últimos 10 meses: 1.203. É preciso chegar a março de 2021 para encontrar um número idêntico, quando estavam hospitalizados em enfermaria 1.278 doentes.

No entanto, o número de internamentos é significativamente inferior ao registado em Portugal no mesmo dia há um ano, quando estavam internadas 3.171 pessoas, 510 das quais em cuidados intensivos.

Segundo o boletim epidemiológico diário da Direção-Geral da Saúde (DGS), há hoje em Portugal 147 pessoas internadas em unidades de cuidados intensivos — o mesmo número do relatório anterior.

Há outro indicador que mostra o agravamento da situação em Portugal: as baixas por covid-19 dispararam 160% nos primeiros 21 dias de dezembro face a novembro, para 23.100, ainda antes de Portugal ter atingido os níveis mais elevados de sempre de novos infetados, segundo dados oficiais.

Os dados do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social referentes a dezembro, disponibilizados à Lusa, não abrangem ainda a semana entre o Natal e o Ano Novo, quando se registaram picos no número de novos infetados pelo novo coronavírus. Ainda assim, os subsídios por doença covid-19 totalizaram 23.100 nos primeiros 21 dias de dezembro, face a 8.900 em todo o mês de novembro e 6.700 em outubro.

Segundo fonte oficial do gabinete da ministra Ana Mendes Godinho, foram pagos 6,6 milhões de euros em baixas por covid-19 nos primeiros 21 dias de dezembro, o que compara com 2,5 milhões de euros em novembro e 2,0 milhões de euros em outubro.

No entanto, o número de baixas por covid-19 nos primeiros 21 dias de dezembro ainda está longe do verificado há um ano, em dezembro de 2020, quando foram emitidos 77.700 subsídios e gastos 23,2 milhões de euros — mas também é preciso ter em conta que os dados disponibilizados hoje pelo ministério não integram os últimos dias de 2021.

É que o valor mais elevado de novos infetados desde o início da pandemia registou-se precisamente a 31 de dezembro de 2021, com 30.829 novos casos, totalizando então 178.712 casos ativos. Atualmente o número de casos ativos é superior a 213 mil, segundo os dados da Direção-Geral de Saúde divulgados hoje.

Já a caminho de eleições, Portugal nota o agravamento da pandemia. A variante Ómicron já é responsável por quase 90% das infeções em Portugal, um “aumento abrupto” que ocorreu pouco mais de um mês após os primeiros casos, anunciou hoje o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA). Numa altura em que o país está a ficar para trás no ritmo de vacinação de reforço.

Entretanto, o instituto francês dirigido pelo polémico médico Didier Raoult, que promoveu o uso do antimalárico hidroxicloroquina como tratamento para a covid-19 sem provas da sua eficácia (e por isso recebeu uma advertência da Ordem dos Médicos francesa por ter violado o código de ética) anunciou mais uma variante que terá mais de 40 mutações genéticas, sendo que uma delas está associada a um potencial aumento da transmissão do vírus, noticiou hoje a agência Efe.

A variante, da qual pouco ainda se sabe, foi batizada pelos cientistas com as iniciais do investigadores do Instituto Hospitalar Universitário, IHU, e deriva de uma outra, a B.1.640, detetada em finais de setembro de 2021 na República do Congo e atualmente sob vigilância da Organização Mundial da Saúde.

Não vale a pena disparar os alarmes. Pouco se sabe sobre mais esta variante. Quando muito, serve para mantermos a consciência de que nada é o estado final desta pandemia: ela vai evoluindo, progredindo, infetando e matando pelo caminho.

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