“É impressionante. O número de crianças presumivelmente mortas em apenas quatro meses em Gaza é superior ao número de crianças mortas em quatro anos em todos os conflitos do mundo”, escreveu Philippe Lazzarini na rede social X (antigo Twitter), condenando uma “guerra contra as crianças”.
A sua mensagem refere-se aos dados das Nações Unidas, segundo os quais 12.193 crianças foram mortas em conflitos em todo o mundo entre 2019 e 2022.
O responsável da UNRWA comparou esses números com os divulgados pelo Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, controlado pelo movimento islamita palestiniano Hamas, indicando que mais de 12.300 crianças foram mortas no território palestiniano entre 07 de outubro do ano passado e o fim de fevereiro deste ano.
“Esta guerra é uma guerra contra as crianças. É uma guerra contra a sua infância e o seu futuro”, declarou Lazzarini.
A 07 de outubro do ano passado, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) — desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel — realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.163 mortos, na maioria civis, e cerca de 250 reféns, 130 dos quais permanecem em cativeiro, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas.
Em retaliação, Israel declarou uma guerra para “erradicar” o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre ao norte do território, que depois se estendeu ao sul.
A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 158.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza pelo menos 31.184 mortos, mais de 72 mil feridos e cerca de sete mil desaparecidos presumivelmente soterrados nos escombros, na maioria civis, de acordo com o último balanço das autoridades locais.
O conflito fez também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com toda a população afetada por níveis graves de fome que já está a fazer vítimas, segundo a ONU.
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