O movimento considera que a decisão da administração dos CTT de fechar este posto é "injusta" e "feita ao abrigo de uma reestruturação que, além da redução de postos de trabalho, deixará milhares de utentes abandonadas à sua sorte".

É "um atropelo ao serviço público a que os CTT estão obrigados através do contrato de concessão", lê-se no documento hoje entregue exatamente na estação da Areosa, freguesia de Rio Tinto, mas que também já seguiu para o Governo, grupos parlamentares da Assembleia da República e autarquias locais.

Em declarações aos jornalistas, Adérito Machado do MUSP/Porto, realçou que a estação da Areosa "é muito importante para as pessoas com mais idade e para quem tem mobilidade reduzida", acrescentando o facto de a zona ter muito comércio.

"Os comerciantes vão sair lesados e as pessoas com dificuldades também e muito. As alternativas não são próximas, o que obriga a deslocações em transportes, logo despesas adicionais para quem já tem pouco", disse Adérito Machado.

É o caso de Cândida Azevedo, de 80 anos, que esta manhã criticava à porta do posto dos CTT o facto de este fechar.

"Tenho marido acamado em casa. Somos sozinhos. Venho cá levantar a minha reforma e a dele. Mal posso andar. E querem que vá para 'cascos de rolha'. O Governo não pode permitir isto. O Governo tem de deitar os olhos aos idosos", desabafou.

Embora se situe no município de Gondomar, a estação de correios da Areosa está localizada na fronteira com os concelhos do Porto e da Maia e numa artéria de acesso a Ermesinde, concelho de Valongo.

À câmara de Gondomar, a administração dos CTT prometeu a 15 de janeiro que só fechará o posto quando abrir um alternativo na mesma zona, mas esta promessa não convence o MUSP/Porto uma vez que no final da última semana alguns postos fecharam ao longo do país.

"Tememos chegar aqui amanhã [quinta-feira] ou segunda-feira e já estar fechado. E já fomos junto de comerciantes perceber se têm conhecimento dessa alternativa ao posto e ninguém sabe de nada", disse Adérito Machado.

O anunciado encerramento deste posto já motivou duas manifestações e vários partidos políticos tomaram posições públicas a condenar a decisão dos CTT.

No distrito do Porto está previsto o encerramento de quatro os balcões.

Os CTT confirmaram a 2 de janeiro o fecho de 22 lojas no âmbito do plano de reestruturação, que, segundo a Comissão de Trabalhadores dos Correios de Portugal, vai afetar 53 postos de trabalho.

A empresa referiu que o encerramento de 22 lojas situadas de norte a sul do país e nas ilhas "não coloca em causa o serviço de proximidade às populações e aos clientes, uma vez que existem outros pontos de acesso nas zonas respetivas que dão total garantia na resposta às necessidades face à procura existente".