“[O primeiro ministro israelita Benjamin] Netanyahu está a atrasar deliberadamente o acordo. É ele que se interpõe entre nós e os nossos entes queridos em Gaza”, gritou no protesto Einav Zangauker, cujo filho ainda é mantido em cativeiro na Faixa de Gaza.
Einav Zangauker acrescentou que “os reféns não têm tempo para eleições e não têm tempo para esperar”, insistindo que “o obstáculo ao acordo deve ser removido agora e é por isso que Netanyahu deve ser substituído imediatamente”.
Esta foi uma das maiores manifestações desde o início da guerra na Faixa de Gaza, que domingo completa seis meses, tendo a agência noticiosa EFE destacado ainda o protesto realizado no último fim de semana em Jerusalém e que foi convocado com as mesmas exigências e depois de o fórum das famílias dos reféns se ter associado.
“Tiraram-me a minha defesa, a minha segurança e a minha confiança. Tiraram-me tudo o que eu tinha como garantido. E ninguém veio pedir desculpa. Roubaram-me o meu país e quero-o de volta”, desabafou Anat Gilor, sobrevivente do massacre de 07 de outubro e fundadora do Kibbutz Holit, situado a apenas dois quilómetros da Faixa de Gaza.
“Nunca perdoarei o governo por isso”, prometeu.
O ponto de encontro da manifestação em Telavive foi o cruzamento das ruas Kaplan e Begin, rebatizado há um ano de Praça da Democracia, por ter acolhido protestos em massa contra a reforma judicial do governo de Netanyahu.
Protestos pela libertação dos reféns e por novas eleições decorreram em 50 outros locais em Israel, incluindo Haifa, Cesareia, Herzliya, Kfar Saba, Raanana e Karkur, assinalando seis meses desde o ataque do Hamas em 07 de outubro.
Os organizadores estimam que 150.000 pessoas tenham saído à rua em todo o país, um número considerado inédito deste outubro de 2023, quando o Hamas lançou um sangrento ataque em solo israelita que causou 1.200 mortos e mais de 250 reféns, dos quais 112 reféns foram devolvidos com vida, segundo as autoridades de Israel. Cento e vinte e nove continuam em cativeiro.
Em resposta, Israel avançou com uma forte ofensiva militar na Faixa de Gaza, que já matou mais de 33.100 habitantes e deixou o enclave em destruição e fome, segundo os últimos números do Hamas.
Hoje, centenas de manifestantes antigovernamentais conseguiram aproximar-se da residência privada de Netanyahu em Cesareia, na costa mediterrânica, e a poucos metros da casa gritaram: “és culpado” ou “demite-te”.
Numa mensagem hoje à população, o Presidente israelita, Isaac Herzog, afirmou que “o pacto mais fundamental entre um Estado e os seus cidadãos” obriga a “fazer tudo o que for possível – com criatividade, perseverança e determinação – para agir de todas as formas para trazer [os reféns] para casa”.
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