Os exercícios começaram na pista do Aeroporto de La Fria, no Estado venezuelano de Táchira (sudoeste do país, fronteiriço com a Colômbia), por onde desfilaram também viaturas blindadas com mísseis e militares.
“As FAV são uma forma de manutenção da paz. Nós respeitamos as forças armadas de todo o planeta, mas não temos medo de ninguém”, disse o chefe do Comando Estratégico Operacional, Remígio Ceballos, ao iniciar os exercícios.
Segundo Ceballos, as FAV “consagram o direito soberano dos venezuelanos a serem livres e independentes”, e, por isso, estão dispersas “para defender palmo a palmo o sagrado território” venezuelano.
“A ideia é manter intacta a soberania nacional perante qualquer pretensão do Governo da Colômbia de derrubar o nosso Governo”, adiantou.
Antes de começarem os exercícios, Nicolás Maduro anunciou, através da rede social Twitter, que juntos, militares e civis, implementam os sistemas de defesa para garantir a paz e a tranquilidade do povo venezuelano.
Os exercícios começaram um dia depois de Nicolás Maduro acusar a Colômbia de tentar recrutar militares venezuelanos para atacar o sistema de defesa do país.
“Nos últimos três meses têm tentado, a partir dos organismos de ‘inteligência’ (serviços secretos) do Governo colombiano, recrutar oficiais venezuelanos para afetar o nosso sistema de radares, de defesa antiaérea e o sistema de mísseis”, disse Maduro.
Nicolás Maduro voltou a insistir que a Colômbia pretende levar a cabo “um conflito armado, uma guerra entre os dois países” e apelou aos países da América Latina e Caraíbas para que intercedam a favor da paz entre os dois estados.
Sobre os exercícios militares que vão decorrer até 28 de setembro, nas regiões fronteiriças com a Colômbia, explicou que “é hora de defender a soberania nacional, de afinar todos os mecanismos de implantação da capacidade de defesa” do país.
Em 05 de setembro, o chefe de Estado venezuelano anunciou que iria introduzir um sistema de mísseis para defesa antiaérea nas regiões fronteiriças com a vizinha Colômbia, país que acusa de estar a preparar-se para ir ao Conselho de Segurança da ONU “e armar um ‘show’ político às custas de um conflito armado”.
O anúncio teve lugar depois de a oposição anunciar que vai colaborar com as autoridades da Colômbia para localizar eventuais grupos guerrilheiros e paramilitares que Bogotá diz estarem na Venezuela.
Depois de mais de um ano de paradeiro desconhecido, o antigo número dois das FARC e principal negociador do acordo de paz de 2016, Iván Márquez, reapareceu a 29 de agosto último, num vídeo, com outros ex-líderes do grupo, anunciando o regresso às armas.
Para a oposição, os exercícios militares e as acusações do Governo venezuelano contra a vizinha Colômbia procurarm “distrair” as atenções da grave situação interna.
“É a clássica estratégia do inimigo externo, do inimigo interno, do inimigo anterior. Antes culpavam a Quarta (República, governo anterior ao chavismo), os vendedores ambulantes, a guerra económica e agora a culpa é de um país irmão”, disse o líder opositor e presidente do parlamento, Juan Guaidó.
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