Pelo menos quatro corpos já foram encontrados e sete pessoas, incluindo uma criança, receberam tratamento médico devido a ferimentos, disse hoje Serhan Aktoprak, um funcionário da ONU, à agência de notícias France-Presse (AFP), a partir da capital, Port Moresby, a cerca de 600 quilómetros do local do desastre.
O deslizamento de terra ocorreu na madrugada de sexta-feira, por volta das 03:00 (15:00 de quinta-feira em Lisboa), na província da Enga, no centro do país, apanhando os moradores da aldeia de Kaokalam de surpresa, disseram as autoridades locais.
“Ainda estamos à procura dos corpos enterrados pelo enorme deslizamento de terra”, disse um líder comunitário, Mark Ipuia, que teme que “mais de 300” aldeões possam ter sido enterrados.
“Há muitas casas sob os escombros que não podem ser alcançadas”, disse Serhan Aktoprak, que estimou em três mil o número de pessoas que viviam em Kaokalam, uma aldeia situada numa encosta.
“A terra continua a deslizar e a mudar, tornando as operações perigosas”, disse o funcionário da ONU.
De acordo com organizações humanitárias, o desastre matou o gado e destruiu as hortas e as fontes de água potável da aldeia.
Uma equipa de resgate, composta por médicos, soldados e agentes policiais, chegou hoje à área do desastre, depois de fazer uma viagem complicada por terreno acidentado e estradas danificadas.
“Embora a área não seja densamente povoada, tememos que o número de mortes seja proporcionalmente enorme”, disse hoje a agência humanitária CARE.
As imagens já divulgadas mostram uma área totalmente devastada por uma mistura de rochas e terra que deslizou do Monte Mungalo.
Os trabalhadores descalços, munidos de pás, machados e ferramentas improvisadas, começaram a limpar os escombros para tentar retirar possíveis sobreviventes, enquanto outros vasculhavam pilhas de ferro corrugado para tentar criar abrigos improvisados.
Uma caravana de emergência levou também alimentos, água e outros bens essenciais aos sobreviventes do desastre.
Steven Kandai, um dirigente da Câmara de Comércio e Indústria da cidade de Porgera, perto da área afetada, disse à AFP que muitos moradores não tiveram tempo de fugir.
“De repente houve um enorme deslizamento de terra. A montanha desabou repentinamente enquanto as pessoas ainda dormiam”, disse Kandai, acrescentando que as casas estavam “completamente enterradas”.
A Papua Nova Guiné é uma nação em desenvolvimento, composta sobretudo por agricultores de subsistência, com 800 idiomas. Existem poucas estradas fora das principais cidades.
Com 10 milhões de habitantes, é também a nação mais populosa do Pacífico Sul, depois da Austrália, que tem cerca de 27 milhões de habitantes.
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