Desde 22 de março, o fluxo de refugiados diminuiu acentuadamente, para cerca de 40.000 travessias diárias.

“Forçados a fugir para se manterem vivos. Forçados a abandonar as suas casas. Forçados a separarem-se das suas famílias. Esta tragédia tem de acabar”, sublinhou o ACNUR.

No total, mais de 10 milhões de pessoas, ou seja, mais de um quarto da população da Ucrânia, tiveram de abandonar as respetivas casas na sequência da ofensiva militar russa.

  • 4.102.876 de refugiados

O Alto Comissariado para os Refugiados contabilizou, até cerca das 10:00 GMT (11:00 em Lisboa) de quinta-feira, exatamente 4.102.876 refugiados procedentes da Ucrânia. São mais 43.771 do que na contagem anterior.

Esta é a maior vaga de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial.

Cerca de 90% das pessoas que fugiram da Ucrânia são mulheres e crianças, calculando o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) que estas sejam cerca de dois milhões. A mesma organização estima ainda que mais de metade das 7,5 milhões de crianças do país estejam deslocadas internamente ou sejam refugiadas.

Cerca de 204.000 não-ucranianos também fugiram do país e enfrentam, nalguns casos, dificuldades em regressar ao seu país de origem.

Antes deste conflito, a população da Ucrânia era superior a 37 milhões de pessoas nos territórios controlados por Kiev – não incluem a Crimeia (sul), anexada em 2014 pela Rússia, nem as áreas do leste sob o controlo de separatistas pró-russos desde o mesmo ano.

  • Polónia acolhe mais de metade dos refugiados

Só a Polónia acolheu até ao momento 2.384.814 refugiados, ou seja, seis em cada 10 das pessoas que fugiram da Ucrânia para outros países.

Segundo a UNICEF, cerca de metade desses (1,1 milhões) são crianças.

  • Roménia

De acordo com a agência das Nações Unidas para os refugiados, 623.627 ucranianos viajaram para a Roménia até 31 de março, mas muitos refugiados decidem continuar a viagem quando já se sentem a salvo.

  • Moldávia

Na Moldávia, pequeno país de 2,6 milhões de pessoas e um dos mais pobres da Europa, tinham entrado até 31 de março cerca de 390.187 ucranianos, segundo o ACNUR.

A Comissão Europeia está a encorajar estes refugiados ucranianos a continuarem a sua jornada para se instalarem num outro país da União Europeia mais capaz de suportar os encargos financeiros.

O Programa Alimentar Mundial começou a distribuir assistência financeira a 100.000 refugiados e às suas famílias de acolhimento neste país para ajudar a mitigar o choque para um país pobre e com poucas infraestruturas.

  • Hungria

A Hungria acolheu 374.535 ucranianos até 31 de março, de acordo com o ACNUR.

  • Eslováquia

Um total de 292.039 pessoas chegaram a este país, vindas da Ucrânia, desde o início da guerra, segundo o Alto Comissariado da ONU.

  • Rússia

O número de refugiados na Rússia ascendia a cerca de 350.632 até 29 de março, último dado disponível.

O ACNUR assinala ainda que, entre 21 e 23 de fevereiro, 113.000 pessoas atravessaram os territórios separatistas pró-russos de Donetsk e Lugansk para a Rússia.

  • Bielorrússia

Em 31 de março, a Bielorrússia tinha recebido 12.476 pessoas que fugiram da guerra na Ucrânia.

O ACNUR assinala que, para os países limítrofes da Ucrânia que fazem parte do espaço europeu de livre circulação Schengen (Hungria, Polónia, Eslováquia), os números apresentados são das pessoas que atravessaram a fronteira e entraram no país. O Alto Comissariado estima que “um grande número de pessoas continua a sua viagem para outros países”.

Além disso, a organização diz que não conta com pessoas de países vizinhos que deixam a Ucrânia para regressar a casa.