A declaração da Rede Australiana de Defesa da Palestina, assinada por ex-políticos, religiosos e especialistas legais, denuncia o incumprimento por parte de Israel aos apelos da ONU sobre os colonatos ilegais e o tratamento da população palestiniana.
“É hora de pôr fim ao sofrimento do povo palestiniano e de a Austrália adotar um papel mais equilibrado no apoio à aplicação do direito internacional e deixar de apoiar as políticas de Netanyahu”, afirma a declaração.
Entre os assinantes estão o ex-procurador-geral da Austrália Gavan Griffith, o advogado e defensor de direitos humanos Julian Burnside, além de ex-políticos trabalhistas como Laurie Ferguson, Melissa Parke, Alan Griffin e Jill Hall.
A visita de Netanyahu também motivou críticas do ex-primeiro-ministro trabalhista Kevin Rudd, que expressou o seu “profundo receio” perante uma possível desintegração de uma Palestina independente que poderia provocar uma nova radicalização do Médio Oriente.
“É tempo de a Austrália se unir a países como a Suécia e a Santa Sé no reconhecimento do Estado Palestiniano”, disse Rudd, de acordo com o jornal Sydney Morning Herald.
Netanyahu inicia na quarta-feira uma visita de cinco dias à Austrália, a primeira de um primeiro-ministro israelita ao país, durante a qual se preveem protestos em cidades como Sydney, Melbourne e Camberra.
Israel têm entre os seus aliados o governo conservador da Austrália, cujo primeiro-ministro, Malcolm Turnbull, criticou no ano passado a resolução do Conselho de Segurança da ONU, que condenava os colonatos israelitas na Cisjordânia e Jerusalém Oriental.
A visita de Netanyahu acontece depois de o parlamento israelita aprovar uma lei para legalizar cerca de 4.000 casas construídas em terras que são propriedade privada de palestinianos em colonatos na Cisjordânia.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assegurou, após reunir-se com Netanyahu, que a paz no Médio Oriente não passa necessariamente pela criação de um Estado palestiniano.
Após estas declarações, a ONU reiterou a sua defesa pela criação de dois estados como solução para o conflito israelo-palestiniano, uma posição que também foi apoiada pelo Governo australiano.
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