Entre os manifestantes detidos encontra-se Klementyna Suchanow, uma autora e ativista que é uma das líderes do movimento polaco “Greve das Mulheres”, que tem organizado ao longo dos últimos anos protestos em massa contra as leis restritivas do aborto na Polónia.
O movimento afirmou hoje que 14 pessoas foram detidas na quinta-feira, na segunda noite consecutiva de protestos, ações que têm ocorrido apesar da proibição de ajuntamentos públicos por causa da pandemia da doença covid-19.
Estes protestos foram desencadeados após o anúncio de quarta-feira do Governo conservador polaco que divulgou nesse dia que o acórdão do Tribunal Constitucional que praticamente proíbe a prática do aborto ia entrar em vigor.
O Tribunal Constitucional baniu em outubro de 2020 a interrupção voluntária da gravidez (IVG) em caso de malformação do feto, ao considerar ser “incompatível” com a Constituição, o que restringe a prática do aborto a casos de violação ou incesto, ou quando a vida da mãe está em perigo.
Na quinta-feira, milhares de polacos saíram à rua para protestar contra a medida e o edifício do Tribunal Constitucional, em Varsóvia, foi o epicentro dos protestos.
A polícia de Varsóvia afirmou ter detido várias pessoas por invasão de áreas que pertencem à instância judicial.
Segundo dados oficiais, registam-se anualmente pelo menos 2.000 abortos legais na Polónia.
As organizações feministas consideram que em cada ano são também efetuadas, ilegalmente ou no estrangeiro, cerca de 200.000 IVG.
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