De acordo com a reportagem da agência de notícias Associated Press (AP), a raiva persistente pela morte, pela polícia, de Nahel Merzouk, de 17 anos, em junho, foi o ímpeto para os protestos, mas as reivindicações incidiam sobre vários aspetos, desde os direitos dos imigrantes à habitação a preços acessíveis, passando também pela defesa de medidas económicas de ajuda à população, havendo mais de 100 marchas agendadas.
O grande número de protestos levou o ministro do Interior, Gerald Darmanin, a preparar uma vigilância policial especial, não havendo, no entanto, até agora, registo de distúrbios ou de incidentes relevantes.
Ainda assim, houve alguma tensão durante um protesto pacífico e ruidoso em Paris, quando membros da multidão partiram as janelas de um banco ao longo do percurso da marcha e a polícia teve de intervir para ajudar os funcionários bancários. Noutro local, conta a AP, os manifestantes cercaram um carro da polícia e um agente saiu a correr, acenando com a arma.
Cerca de 30.000 polícias e gendarmes trabalharam hoje para manter a ordem durante a visita do Papa Francisco a Marselha e em três jogos do Campeonato do Mundo de Rugby, de acordo com o gabinete do ministro do Interior, que salientou também que a segurança já tinha sido reforçada para a visita de três dias do Rei Carlos e da Rainha Camila, que terminou na sexta-feira à noite.
“A polícia mata em França, isso não é novidade, mas temos a impressão de que a classe média e outras pessoas fora dos bairros populares estão a tomar consciência da repressão do Estado”, disse Belkacem Amirat, que veio do subúrbio parisiense de Antony para marchar na capital.
O Governo francês nega a existência de racismo sistémico ou de brutalidade por parte da polícia; o chefe da polícia de Paris, Laurent Nunez, defendeu os agentes, afirmando, na emissora France-Info, que por vezes é necessário recorrer a “violência legítima, legal e proporcional” para travar “comportamentos perigosos, vandalismo e pilhagens”.
Para além dos mil agentes destacados para acompanhar a marcha de Paris, em Marselha cerca de cinco mil polícias e mil agentes de segurança privada estavam a postos para a visita do Papa, ajudados por dezenas de câmaras de vigilância ao longo do percurso do chefe da igreja católica.
As medidas de segurança também foram reforçadas nas nove cidades que acolhem o Campeonato do Mundo de Rugby, que decorre de 08 de setembro a 28 de outubro, salienta ainda a AP
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