"Estou aqui sentadinho à espera do papa. Este ano está uma loucura de gente, nem queiras saber", conta Manuel à filha Rita, com quem fala ao telemóvel.

Desligada a chamada, Manuel, que em outubro completa 50 anos, explica: "Ainda na barriga da minha mãe, estive aqui em 1967, depois vim duas vezes ver o João Paulo II e o Bento XVI".

A seu lado, a mulher, Isabel, tenta chegar a acordo com um militar da GNR para poderem ficar à frente da barreira de segurança. Perante resposta negativa, garante: "À minha frente ninguém fica".

Manuel, Isabel e um casal amigo - todos de Santa Maria de Penaguião - estão acampados em Fátima desde quarta feira, para participar, como fazem há 20 anos consecutivos, nas celebrações do 13 de maio.

"Hoje é tudo mais fácil", reconhece Manuel, contando que os pais "andaram a poupar dinheiro durante um ano para conseguirem vir a Fátima ver o papa Paulo VI, que presidiu às celebrações do cinquentenário das "aparições".

Manuel, que segundo a mulher "sabe coisas da Bíblia como ninguém", considera mais do que justa a canonização dos pastorinhos Francisco e Jacinta, duas das crianças que estiveram na origem do fenómeno de Fátima.

"Acho bem, eles merecem. As pessoas já sentem há muito tempo que eles são especiais", afirma, garantindo: "A próxima será a Lucia", a outra vidente de Fátima.

Para Manuel, Francisco é um papa "diferente", porque é o "papa dos pobres".

Durante a espera, Manuel e Isabel já fizeram amizade com um casal de Odivelas que se sentou ao seu, tambem ansioso por ver Francisco.

A conversa foi interrompida por palmas que saudaram a passagem do papa móvel, ainda vazio, a caminho do estádio de onde Francisco partirá rumo ao Santuário, presidir, hoje é sábado, às celebrações do centenário das "aparições".

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