Numa cerimónia na residência do embaixador de Portugal em Havana, Marcelo Rebelo de Sousa atribuiu a Teresa Vaz o grau de comendador da Ordem do Mérito e a Eusebio Leal o grau de comendador da Ordem de Sant'Iago da Espada.
Perante algumas dezenas de convidados de países lusófonos, o chefe de Estado afirmou: "É bom que estejamos aqui tantos para podermos acompanhar o júbilo da homenagem muito justa a uma portuguesa e um cubano, um cubano e uma portuguesa, que os dois trabalharam por Cuba, por Portugal, pela humanidade".
Marcelo Rebelo de Sousa esteve com Eusebio Leal num passeio pelo centro histórico de Havana logo no começo da sua visita de Estado a Cuba, na quarta-feira de manhã.
Em seguida, visitou a creche da Associação Padre Usera, uma organização não-governamental católica, dirigida por Teresa Vaz, da Congregação das Religiosas do Amor de Deus, também no centro histórico da capital cubana.
Hoje, nesta cerimónia, o Presidente da República mencionou que Teresa Vaz e Eusebio Leal são amigos e qualificou-os a ambos como servidores do bem comum e um "exemplo para a humanidade".
"Um, trabalhando com pedras, quis crianças a viver nessas pedras. E a outra, trabalhando com crianças, quer as crianças a serem instruídas e educadas nessas pedras. E assim se encontraram", declarou.
Sobre "o ilustre mestre historiador" Eusebio Leal, o Presidente da República disse que "faz história" ao recuperar património histórico no centro de Havana, classificado como património histórico da humanidade, e mantê-lo vivo.
"É essa história que lhe queremos agradecer, porque é feita com emoção", afirmou.
O chefe de Estado referiu que Eusebio Leal "foi quase tudo o que se pode ser", doutorado em ciências históricas, político, Embaixador da Boa Vontade das Nações Unidas, diretor do Museu da Cidade de Havana.
"É um agradecimento por aquilo que tem feito pela humanidade, e o mesmo se dirá da irmã Teresa Vaz", acrescentou.
Sobre Teresa Vaz, o Presidente da República mencionou que estudou filosofia no Porto, fez mestrado em Salamanca e doutoramento em Madrid, e salientou que "vem de lá longe", de Bragança.
"Os transmontanos, que estão para além dos montes, são os mais duros, no sentido de os mais lutadores e determinados dos portugueses, porque nasceram numa terra de dificuldade, longe do mar, longe do centro político de Portugal. O que fizeram, fizeram por suas mãos com sacrifício, com esforço, com luta", considerou.
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