Nas comemorações do Dia da Academia Portuguesa da História, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que apesar de a “história viver um bom momento em termos mediáticos e editorais”, é importante que “a universidade, as academias, as instituições públicas e privadas favoreçam a investigação e a escrita da história”.
“Juntaria, apoiando o protesto suave da senhora presidente, o apoio que se deve traduzir nos programas escolares nos domínios da história de Portugal ou universal”, disse o chefe de Estado, depois de no discurso a presidente da Academia Portuguesa da História, Manuela Mendonça, ter reivindicado esta aposta.
Na opinião do Presidente da República, “em sociedades livres, abertas e plurais deve haver espaço, tem de haver lugar para outro tempo, outro modo, outra reflexão, outra visão de facto, instituições e pessoas, mais estruturais, mais alargados, mais distanciados do imediato, do conjuntural, do circunstancial”.
Para Marcelo, “as academias podem e devem ser instituições preocupadas com muito do que não importa aos protagonistas da espuma dos dias”.
“Será que nestes idos de simplificação da mensagem, de imediatividade de interesses, de apelo instante da ação, de encurtamento no tempo, ainda há cabimento para casas que prezam a pesquisa sem hora marcada, a discussão sem calendário prefixado, transversalidade do pensamento sem pressão emotiva, o rigor do conceito e o burilado da forma, sem exigência forçada da sedução do interlocutor? Por estranho que pareça, a tropismos dominantes a resposta tem de ser afirmativa”, disse.
No final, à saída da cerimónia na qual entregou os prémios aos galardoados, o Presidente da República foi questionado pelos jornalistas sobre a notícia hoje conhecida de que o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) convocou o embaixador do Iraque em Portugal e renovou o pedido de levantamento da imunidade diplomática dos seus filhos, no âmbito do caso da agressão de um jovem em Ponte de Sor, tendo dado um prazo máximo de 20 dias úteis para o Estado iraquiano responder.
“Eu não tenho dados para responder, estive em sessões e portanto não me vou pronunciar sobre uma questão que não conheço”, respondeu apenas.
Marcelo Rebelo de Sousa escusou-se a responder a mais perguntas sobre a Caixa Geral de Depósitos: “também é uma matéria sobre a qual já falei”.
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