No encerramento do Congresso da Associação Portuguesa de Radiodifusão, em declarações aos jornalistas, o chefe de Estado indicou ter participado no evento para dar um “abraço de solidariedade e também a esperança de haver um acordo”.
“Se é possível haver um acordo com a SPA em relação a outros autores, tem de haver um acordo em relação aos autores no domínio da música. Sabemos que não há rádio sem música e que pode ser incomportável uma solução sem acordo. E uma a uma, várias rádios começam a ter problemas graves, se as exigências nesse domínio forem também muito pesadas”, disse.
Durante a sua intervenção no congresso, Marcelo Rebelo de Sousa manifestou a sua preocupação pela falta de acordo com as rádios até porque houve “abertura para acordo” noutras áreas.
“Esse acordo é fundamental, mas é preciso que haja vontade de todas partes, porque não havendo vontade de todas as partes, encontramos aí potencialmente um encargo muito complexo para diversas rádios no nosso país e que pode pôr em risco a sua estabilidade de forma sustentável, ou seja, duradoura”, argumentou.
Aos participantes do congresso, o Presidente garantiu que, no quadro dos seus poderes definidos na Constituição, vai fazer o que puder “para fomentar o acordo, porque é muito importante que a rádio continue poderosa no país”.
“É muito importante que toda a comunicação social seja poderosa e poderosa significa que, por um lado, seja independente do poder político e do poder económico, mas por outro lado, viável. Essa independência tem de ser viável, duradoura, sustentada. Se isto é verdade par a comunicação social como um todo, é particularmente verdade para a rádio”, sublinhou.
Na sua intervenção, o chefe de Estado garantiu que “sem comunicação social forte, não há democracia forte”.
“Sem comunicação social, e estou a pensar na rádio local e regional forte, não há verdadeiramente descentralização, não há um Portugal mais igual, mais justo e nós sabemos que ainda há portugais esquecidos, em que um dos sinais desse esquecimento é a dificuldade de afirmação da sua comunicação social”, sublinhou.
As suas inúmeras passagens pela rádio, desde criança até à participação em vários programas nacionais, foram enumeradas por Rebelo de Sousa, que reafirmou que não voltará a estar na comunicação social, por defender limites depois de abandonar o cargo de Presidente da República. Assim, de fora ficam programas de reportagem ou de comentário.
Nos planos futuros ficam o ensino, conferências, a escrita e ser voluntário em unidades de cuidados paliativos. “Até já sei aonde, porque prometi no Hospital de Santa Maria”, informou.
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