Marcelo Rebelo de Sousa discursava no encerramento do Fórum Empresarial Bilateral Portugal-Cuba, organizado pela Agência para o Investimento e o Comércio Externo de Portugal (AICEP), num hotel de Havana, no primeiro dia da sua visita de Estado a Cuba.

No final da sua intervenção, o chefe de Estado referiu-se a Cristóvão Colombo como "o homem do qual se diz que descobriu a América à procura da Índia" e disse que "são poucos os que sabem que Cristóvão Colombo viveu na ilha portuguesa de Porto Santo, no arquipélago da Madeira".

"E que aperfeiçoou com o sogro, navegante português, que descobriu a Madeira, as artes de navegar. E que, além disso, entendeu, desde o outro lado do Atlântico, em solo português, que haveria terras novas para conhecer. Claro, era casado com uma portuguesa. E voltou com boas notícias", prosseguiu, num castelhano com algumas expressões portuguesas.

O Presidente da República referiu que "muito tempo se passou, entretanto, e a história dos povos conheceu muitas personalidades importantes que lutaram pela descoberta do outro e pela liberdade".

Neste contexto, afirmou: "E eu estou certo de que voltarei a Portugal com boas notícias de novos negócios e de apertos de mão francos e leais, o que significa que as nossas economias e os nossos povos se entendem".

Antes, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que os números das trocas comerciais entre Portugal e Cuba "ainda são incipientes face ao potencial de crescimento".

O Presidente da República reiterou que "muitos empresários portugueses expressaram vontade de investir e exportar para Cuba, porque estão atentos a este potencial económico e empresarial, e também à abertura política e económica cubana, assim como às necessidades de crescimento e de consumo".

"Portanto, brindo à tendência de crescimento dos nossos intercâmbios comerciais e às manifestações de interesse de investimento em Cuba por parte dos empresários portugueses", acrescentou.

Segundo o chefe de Estado, existem "inúmeras intenções de investimento português e europeu" em Cuba, às quais "seguramente as autoridades cubanas darão resposta com especial carinho".

No seu entender, as relações comerciais e de investimento entre Portugal e Cuba têm potencial de crescimento "na indústria, na energia, nas renováveis, no comércio, nos serviços, na indústria do turismo, construção e materiais de construção, em áreas tecnológicas, para além dos setores da saúde e da agricultura".

"Nestes setores, Portugal conta com empresas que são líderes ibéricas, europeias e até mesmo mundiais, em produtos e serviços que são bons e cada vez mais requisitados, com uma fortíssima aposta na diferenciação e na inovação", elogiou.

Em defesa dos empresários portugueses, Marcelo Rebelo de Sousa disse ainda que são "bem acolhidos em todos os continentes" e que "são muitas vezes preferidos a outros sócios europeus porque se adaptam com facilidades a culturas diferentes, a mentalidades diversas, entendem bem quais são as necessidades dos clientes nacionais, neste caso, cubanos".