A Presidência da República divulgou hoje uma nota no seu portal na Internet, na qual se lê que o chefe de Estado e Comandante Supremo das Forças Armadas “continua a acompanhar situação na República Centro-Africana”.

Segundo a mesma nota, “o Presidente da República falou telefonicamente esta manhã com o Comandante da Força Nacional Destacada (FND) na República Centro-Africana, tendo-se inteirado da situação, nomeadamente que todos os militares portugueses se encontram bem”.

No dia 26 de março, Marcelo Rebelo de Sousa visitou os militares portugueses que integram a missão das Nações Unidas (ONU) na República Centro-Africana (MINUSCA) e a missão de treino da União Europeia naquele país, acompanhado pelo ministro da Defesa Nacional, José Azeredo Lopes.

Na terça-feira, um “capacete azul” da ONU foi morto e oito ficaram feridos em confrontos com milícias rebeldes na capital da República Centro-Africana, pela primeira vez desde 2016.

Estes confrontos, que opuseram uma patrulha da missão da ONU na República Centro-Africana e de soldados centro-africanos às milícias rebeldes, autoproclamadas de ‘autodefesa da zona’, no bairro PK5, em Bangui, provocaram também pelo menos 46 feridos.

Há vários meses que o bairro PK5 de Bangui, onde reside a maioria dos muçulmanos na capital, é palco de confrontos violentos.

No domingo, a MINUSCA e o exército centro-africano lançaram uma operação conjunta militar para desmantelar os grupos armados.

A operação, em que morreu um número ainda por determinar de pessoas e cerca de seis dezenas ficaram feridas, continua em curso.

Na madrugada de domingo, um militar português ficou ferido em confrontos com um grupo armado, mas sem gravidade, disse à Lusa o porta-voz do Estado Maior General das Forças Armadas.

O chefe de Estado falou por telefone nessa manhã com o comandante da força nacional destacada, “tendo-se inteirado do violento incidente” e “desejou rápidas melhoras” ao soldado ferido, divulgou na altura a Presidência da República.

Hoje, um cortejo de habitantes de um bairro muçulmano de Bangui depôs em frente ao quartel-general da missão da ONU os corpos de 17 pessoas mortas na terça-feira em atos de violência.

“Ontem [terça-feira], mataram muitas pessoas. Trouxemos os mortos para aqui para os mostrar”, explicou à agência de notícias France-Presse (AFP) um dos moradores, mostrando os corpos envoltos em lençóis brancos à frente da sede da MINUSCA, em redor da qual se colocaram, paralelamente, vários veículos militares da missão da ONU.

A República Centro-Africana vive um complexo processo de transição desde que, em 2013, os rebeldes da etnia Seleka derrubaram o regime do até então Presidente François Bozizé, desencadeando uma onda de violência sectária entre muçulmanos e cristãos que causou milhares de mortos e cerca de um milhão de deslocados internos.

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