Num período livre que teve durante a tarde de hoje, o chefe de Estado optou por visitar antes o Museu de Israel, onde passou cerca de duas horas, mostrando-se impressionado com a extensa coleção de arte e de arqueologia, que inclui raros manuscritos bíblicos.

Na parte exterior do museu, teve oportunidade de ver uma reconstituição de Jerusalém no período do Segundo Templo, antes da sua destruição pelos romanos, e no final da visita os jornalistas perguntaram-lhe se gostaria de ir à Cidade Velha: "Sim, sim, mas isso ia criar um problema diplomático", respondeu.
O Presidente da República referiu que "iria a uma área que do ponto de vista das Nações Unidas se integra na área que não é israelita" e que faria essa visita "na companhia, naturalmente, de quem são os anfitriões nesta cerimónia do Holocausto, que são israelitas".

"Eu estaria, indo lá nessas circunstâncias, a reconhecer o contrário daquilo que é uma determinação das Nações Unidas e que Portugal aceita desde sempre. Portanto, isso criaria um problema diplomático que eu não posso criar", considerou.

Marcelo Rebelo de Sousa recordou que, quando foi a Israel pela primeira vez, há mais de 30 anos, esteve na Cidade Velha de Jerusalém, um lugar sagrado para judeus, cristãos e muçulmanos, que está no centro do conflito israelo-palestiniano.

"Mas quando lá estive não era Presidente da República. E, como Presidente da República Portuguesa, era reconhecer a soberania de Israel, e isso era o contrário da posição portuguesa e o contrário da posição das Nações Unidas", reforçou.

O chefe de Estado está em Israel para participar no 5.º Fórum Mundial do Holocausto, na quinta-feira, a convite do seu homólogo israelita, Reuven Rivlin, com quem teve uma reunião bilateral, na terça-feira, na qual disse sido acertada uma troca de visitas de Estado.

Hoje, teve um encontro com dois sobreviventes do Holocausto, em Jerusalém, quando se assinalam os 75 anos da libertação do campo de extermínio de Auschwitz, e divulgou uma mensagem sobre esta data no portal da Presidência da República na Internet.

"Nunca esqueceremos o Holocausto! Aqui em Jerusalém, onde estamos para comemorar os 75 anos da libertação do campo da morte de Auschwitz-Birkenau e lembrar as histórias de Eva, @eva.stories, a jovem de 13 anos assassinada apenas três meses antes desta libertação. Através da sua triste história, relembraremos os milhões de vítimas do Holocausto", lê-se na nota.