“No lançamento da vida profissional é importante o IRS com um regime que seja atrativo. É importante a contratação de técnicos que saiam das escolas. É importante a devolução das propinas. Há assim uma série de medidas que são importantes”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa, em resposta a perguntas dos jornalistas, no novo percurso ribeirinho de Loures, hoje inaugurado.

O chefe de Estado congratulou-se com “todas as medidas que são positivas para a juventude”.

“Mas, como eu disse, há outras coisas, há mais mundo para além dos jovens”, acrescentou.

Interrogado se entende que estas medidas foram anunciadas a pensar no próximo ciclo de eleições, o chefe de Estado respondeu: “Que dão jeito em termos eleitorais, dão. Quer dizer, dá jeito sempre em setembro nas ‘rentrées’ anunciar isso”.

“Outros partidos também anunciaram promessas e sugestões. É evidente que quando se aproximam eleições — e nós temos já uma daqui a 20 dias na Madeira e temos outra daqui a oito meses [para o Parlamento Europeu] — pois aí o português aguça o seu olhar a ver se pode ser um bocadinho mais. Se for um bocadinho mais, melhor. As eleições também servem para isso”, completou.

Questionado sobre a extensão até ao fim do ano da isenção de IVA sobre um conjunto de produtos alimentares considerados essenciais, Marcelo Rebelo de Sousa assinalou: “Esse é para todos, é para todos. Por pequena que seja a diferença que introduz, essa pequena diferença, em quem tem muito pouco, muito pouco, muito pouco — e há muitos portugueses que têm muito pouco –, faz a diferença”.

Quanto à questão sobre se há ou não folga orçamental para ir além das medidas anunciadas na quarta-feira pelo primeiro-ministro e secretário-geral do PS, António Costa, o Presidente da República remeteu-a para o executivo: “Isso têm de perguntar ao Governo, o Governo é que sabe. Eu posso desconfiar, sabendo o que o senhor primeiro-ministro me diz, mas o Governo é que tem de que dizer até onde é que quer utilizar”.