O chefe de Estado e comandante supremo das Forças Armadas visitou hoje os 212 militares portugueses da 2.ª Força Nacional Destacada integrados numa missão da NATO naquele país que faz fronteira com a Ucrânia.
Na base militar de Caracal, a cerca de 200 quilómetros de Bucareste, há militares dos três ramos das Forças Armadas, mas a maioria pertence ao Exército.
O contingente português na Roménia é composto também por mais 20 militares das operações especiais, que estão no país no âmbito de acordos bilaterais.
Marcelo Rebelo de Sousa foi recebido pelo Presidente romeno, Klaus Iohannis, e os dois tiveram um encontro privado antes de se dirigirem aos militares.
Perante militares portugueses, romenos e também da Macedónia do Norte, o Presidente da República afirmou que esta visita tem “singular significado” e “exalta não apenas as boas relações dos dois países, mas também a proximidade” que mantém com as Forças Armadas, “principalmente neste período natalício”.
“Vivemos um período difícil, crítico, cheio de indefinições. A guerra regressou à Europa. Falo do intolerável ataque da Rússia à Ucrânia” considerou, apontando que “esta brutal e violenta invasão colocou sérios desafios à estabilidade europeia, com repercussões a todos os níveis, em todo o mundo”.
Indicando que “tudo o que respeita à aliança atlântica respeita a Portugal”, Marcelo Rebelo de Sousa destacou que “Portugal contribuiu e contribui com um contingente nacional para reforçar a presença de forças multinacionais no flanco sudeste da aliança em território romeno, país aliado e amigo”.
O chefe de Estado realçou que “Portugal tem há muito tempo mantido excelentes relações com a Roménia”, indicando que a “presença de forças portuguesas aqui, que determinou já visita do primeiro-ministro português, justificou neste período de Natal e de fim do ano a visita do Presidente da República”.
“Para reafirmar por um lado à Roménia uma solidariedade e uma amizade que vem do passado e continua no futuro, por outro lado para reafirmar a presença portuguesa na aliança atlântica e o envolvimento incondicional ao lado do povo ucraniano e das autoridades ucranianas na defesa da sua soberania e da sua integridade territorial”, declarou.
Dirigindo-se aos militares portugueses, o comandante supremo das Forças Armadas portuguesas manifestou o seu “apreço público a todos os que servem na Roménia, extensivo a todos os que se encontram por esse mundo fora, em praticamente todos os continentes”.
“Portugal tem confiança e orgulho no vosso desempenho, amplamente reconhecido a admirado pelo profissionalismo e conduta exemplar”, salientou, desejando a todos os militares e às suas famílias “um bom Natal e um muito melhor 2023”.
Nesta curta visita de cerca de quatro horas, em que foi acompanhado pela ministra da Defesa, Helena Carreiras, e pelo chefe do Estado-Maior do Exército, general Nunes da Fonseca, o Presidente da República recebeu honras militares à chegada à base militar de Caracal.
Depois das intervenções dos dois presidentes perante os militares e das declarações à imprensa, Marcelo Rebelo de Sousa almoçou com o contingente português num momento sem a presença da comunicação social.
O Presidente romeno assinalou que a visita de Marcelo Rebelo de Sousa “tem lugar num contexto muito difícil para a segurança europeia e euroatlântica marcada pela agressão russa à Ucrânia” e considerou que a sua presença e dos militares portugueses na Roménia ” tem uma especial significância”.
“É também expressão das muito boas relações entre os dois países, incluindo na defesa, que continuaremos a desenvolver”, afirmou Klaus Iohannis.
O chefe de Estado romeno considerou também que “o contingente militar português aqui em Caracal, juntamente com os militares da Macedónia do Norte e os dois aliados, representa um importante contributo para a reforço de dissuasão da NATO e defesa neste flanco, e para o reforço da defesa e segurança da Roménia e os seus cidadãos”.
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