Na semana passada, a deputada bloquista acusou o presidente da GMG, grupo que detém o Jornal de Notícias (JN), Diário de Notícias (DN) e TSF, entre outros, de ter ligações a um oligarca russo.

Em resposta, num comunicado, o empresário repudia as acusações e garante não ter "qualquer relação" com oligarcas russos.

"Sobre este ataque, que visa atingir-me pessoalmente e à minha família, quero deixar claro, a título pessoal e como CEO [presidente executivo] do grupo Bel e do Global Media Group, que repudio veementemente as afirmações da deputada Mariana Mortágua, que pretendem associar-me à identificada 'oligarquia' russa, recusando qualquer tentativa de colagem e aproveitamento político da minha relação familiar", afirma Marco Galinha, no comunicado.

"Não tenho, nem nunca tive, qualquer relação com homens e mulheres próximos do poder russo, empresas russas ou denominados 'oligarcas' russos", garante o gestor no comunicado enviado na sexta-feira à noite, salientando estar "em curso uma campanha persecutória promovida" por Mariana Mortágua, que atinge a sua "honra, imagem, bom nome e reputação".

No sábado, a coordenadora do BE, Catarina Martins, classificou de "inaceitável" que "o Governo português tenha dito que não sabe quem são os oligarcas russos com interesses em Portugal, numa espécie de impotência no esforço internacional que é feito para secar financeiramente Putin".

"A Mariana [Mortágua] investigou e apresentou provas. Mas há mais. Muito mais e o Governo português tem de fazer mais sobre isso", afirmou, referindo-se às declarações da deputada do BE, em 28 de fevereiro, no espaço de comentário da SIC Notícias sobre a invasão russa à Ucrânia.

Além das declarações na SIC Notícias, a deputada escreveu no portal Esquerda.net um artigo com o título "História de um oligarca russo e do seu sócio português", em que aponta a associação de Marco Galinha "nos negócios ao oligarca russo Markos Leivikov", seu sogro, referindo que este "financiou o partido de Putin através de uma das suas empresas e deixou na Rússia um rasto de suspeitas de fraudes milionárias".

O empresário esclarece que Markos Leivikon "está há longos anos em Portugal e não está ligado a qualquer processo de vistos 'gold', não é sócio ou acionista ou titular de qualquer interesse" da GMG, nem tem "a menor ligação ao mesmo".

Também "não é sócio ou acionista do grupo Bel, empresa integralmente detida por capitais nacionais e que tem em vigor rigorosas regras de 'compliance' elaboradas de acordo com os mais exigentes requisitos nacionais e internacionais", assevera Marco Galinha.

"As afirmações que são feitas, ligando-me à 'oligarquia' russa, criam dúvidas injustas e injustificadas sobre a minha pessoa, e família, divulgando ideias que não esclarecem nem informam o público e põem em causa o meu bom nome e o trabalho que, a pulso, tenho desenvolvido", lamenta o empresário.

"Neste momento, o grupo Bel procura, como tantas pessoas e entidades em Portugal, prestar auxílio ao povo ucraniano através do envio de ajuda humanitária, o que fazemos independentemente das afirmações" de Mariana Mortágua ou do BE, "que dariam melhor uso ao espaço mediático que têm se se manifestassem na defesa dos direitos do povo ucraniano", prossegue.

"Durante o tempo em que dura o conflito, o grupo Bel já realizou uma 'missão de resgate' de uma família ucraniana, enviou ajuda humanitária e, recentemente, anunciou a criação de 100 postos de trabalho para os refugiados ucranianos que cheguem ao nosso país", relata no comunicado.

E remata: "Para que não subsistam quaisquer dúvidas, estamos solidários e daremos todo o apoio ao povo ucraniano. Nisso divergimos, claramente, da senhora deputada Mariana Mortágua e do seu discurso sobre a injustificável guerra em curso".

No final do ano passado, a Impresa concluiu a venda à Páginas Civilizadas, de Marco Galinha, da participação de 22,35% que detinha na agência de notícias Lusa por 1,25 milhões de euros.

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