“Não há polémica rigorosamente nenhuma, há um cumprimento escrupuloso do código de conduta a que todos os membros estão obrigados”, começou por dizer Mário Centeno, quando questionado, à saída de uma reunião na sede da Comissão Europeia, sobre o pedido de bilhetes para assistir ao Benfica-FC Porto da época passada, a 1 de abril de 2017, juntamente com o seu filho, na bancada presidencial.
Segundo o ministro, que hoje se deslocou a Bruxelas na condição de presidente eleito do Eurogrupo, esta “e uma questão que é relevante esclarecer”, tal como o seu ministério já fez por comunicado, pois “há questões de segurança que são muito relevantes para todos os membros do Governo, elas são avaliadas com o corpo de segurança pessoal, e foi apenas esse o contexto que levou a essa decisão, nada mais do que isso”.
Questionado sobre se tenciona voltar a pedir bilhetes para assistir ao vivo a encontros do Benfica, Centeno disse que “isso agora é uma questão que não se põe”, mas apontou que “todas as decisões são tomadas sempre com os mesmos princípios”.
“Há, e como eu lhe disse, as questões de segurança que acabei de referir que são determinantes nas nossas tomadas de posições, mas também posso dizer que há 45 anos que vejo jogos do Benfica e não espero deixar de os ver nos próximos tempos”, concluiu.
O Observador noticiou na passada sexta-feira que Mário Centeno "pediu lugares para si e para o filho para o Benfica-Porto da época passada", disputado em 01 de abril de 2017, tendo o gabinete do ministro das Finanças confirmado esse pedido de "dois lugares para a bancada presidencial", que justificou com razões de segurança.
Já no sábado, o primeiro-ministro, António Costa, rejeitou igualmente qualquer polémica em torno deste episódio, considerando que se o ministro das Finanças pediu bilhetes ao Benfica para assistir a um jogo de futebol na bancada presidencial, "certamente tinha boas razões" para isso.
Também hoje, pouco antes das declarações de Centeno, o Ministério das Finanças emitira um comunicado, na sequência de uma notícia avançada pelo Correio da Manhã, a negar qualquer envolvimento do ministro na concessão de isenção de pagamento de IMI a um prédio da família do presidente do Sport Lsboa e Benfica, que segundo o jornal teria tido lugar uma semana após Centeno pedir bilhetes ao clube da Luz para o "clássico" frente ao FC Porto.
No comunicado, o ministério esclarece que “não tem qualquer intervenção na atribuição das isenções de IMI”, que se fazem mediante deliberação do município, após a qual “os serviços camarários comunicam as situações concretas aos Serviços de Finanças do local de situação dos imóveis que, por sua vez, procedem ao averbamento das isenções em execução da referida comunicação”.
“Neste, como noutros processos da mesma natureza, não houve – como não teria de haver – qualquer intervenção do Governo. O ministro das Finanças assegura que em momento algum teve qualquer contacto com o presidente do Sport Lisboa e Benfica, ou qualquer outra pessoa, a propósito de temas que se relacionem com interesses patrimoniais do Benfica ou da família do seu presidente”, conclui o comunicado.
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