“Por força da subida do caudal" do Mondego, a Câmara de Coimbra evacuou, no sábado, o canil municipal, “transportando mais de uma centena de animais” para os armazéns do antigo quartel militar do Centro de Instrução de Condução Auto (CICA 4), anunciou hoje a autarquia numa nota enviada à agência Lusa.

"Foi providenciada alimentação, luz, água e assistência médico-veterinária” para os animais recolhidos nos antigos armazéns militares, que se situam junto ao Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, em Coimbra, com entrada contígua à igreja de Nossa Senhora da Esperança.

Durante sábado e hoje, “mais de seis dezenas de animais foram entregues a famílias de acolhimento que se disponibilizaram para acolher os canídeos neste período crítico”, salienta a Câmara, presidida por Manuel Machado.

"Às pessoas e a todos os voluntários", a autarquia "agradece por se terem disponibilizado de imediato de forma bondosa e abnegada, contribuindo para ajudar a debelar os problemas decorrentes das cheias do Mondego”.

A Câmara de Coimbra recorda, entretanto, que “todas as famílias de acolhimento que queiram efetivar a adoção dos canídeos, até 07 de janeiro de 2020”, estão isentas das “taxas relativas ao processo de esterilização e desparasitação, identificação eletrónica e vacinação antirrábica, no valor de 30,75€ (IVA incluído), de acordo com as tarifas em vigor”.

Em Soure, vila vizinha de Coimbra, a Câmara Municipal também decidiu, no sábado, evacuar o canil municipal, por precaução, igualmente na sequência do mau tempo e consequente subida do nível da água no rio Ega, afluente do Mondego.

De acordo com o presidente do município, Mário Jorge Nunes, os responsáveis locais estavam preocupados com eventuais roturas dos diques do Mondego, que podem provocar aumento rápido do caudal daquele rio, que é um afluente da margem esquerda do Mondego.

A evacuação do canil da Associação SourePatas foi feita com a ajuda do clube de caçadores, bombeiros e mergulhadores dos bombeiros de Vieira de Leiria.

Por outro lado, neste concelho, foram retiradas das suas casas 12 pessoas, “duas delas obrigatoriamente e as restantes 10 por precaução”, disse então, à agência Lusa, o autarca.

Os fortes efeitos do mau tempo, que se fizeram sentir desde quarta-feira, já provocaram dois mortos, um desaparecido, deixaram 144 pessoas desalojadas e 320 pessoas deslocadas por precaução, registando-se mais de 11.200 ocorrências no continente português, na maioria inundações e quedas de árvore.

Só no sábado, registaram-se mais de 1.700 ocorrências.

O mau tempo provocado pela depressão Elsa, entre quarta e sexta-feira, a que se juntou no sábado o impacto da depressão Fabien, provocou também condicionamentos na circulação rodoviária, bem como danos na rede elétrica, afetando a distribuição de energia a milhares de pessoas, em especial na região Centro.