A escultura, que ficou conhecida pelo nome de McJesus, retrata, em tamanho real, o fundador da cadeia de fast food Ronald McDonald numa posição que remete para a imagem de Jesus Cristo crucificado.

Da autoria do escultor finlandês Jani Leinonen, a obra faz parte de uma exposição cujo tema é baseado no consumismo e na religião e onde existem outras peças como, por exemplo, as figuras de Jesus e Virgem Maria em versão Barbie e Ken.

Depois de várias críticas por parte da minoria cristã no país, a autarca da cidade de Haifa, Einat Kalisch Rotem, anunciou, através da rede social Twitter, que a escultura será retirada da exposição do Museu de Arte de Haifa. Uma decisão que foi tomada após reuniões com líderes da igreja cristã.

"A escultura será removida e devolvida o mais rápido possível", twittou Einat Kalisch Rotem, acrescentando que entende "a profundidade dos danos que a comunidade cristã experienciou e eles [cristãos] entendem a importância de preservar a democracia".

"Todos nós faremos qualquer coisa para evitar a violência e os danos emocionais", concluiu.

Os protestos contra o McJesus atingiram proporções elevadas, levando, segundo avança a Reuters, à detenção de um homem por suspeita de agressão e à procura de outras duas pessoas por tentativa de incendiar o Museu de Arte de Haifa.

Durante os protestos, há registo de três polícias que ficaram feridos enquanto dezenas de manifestantes tentavam entrar à força no museu.

Nicola Abdo, um dos manifestantes, disse que era contra "essa escultura vergonhosa" e que "como cristão, fico profundamente ofendido com essa representação dos nossos símbolos".

Também a ministra da Cultura israelita, Miri Regev, censurou a obra, considerando-a "pró-Palestina" e criticando a falta de sensibilidade religiosa para com os árabes cristãos, que representam cerca de 2% da população do país (de maioria judaica).

Também o autor da obra, o finlandês Jani Leinonen, se mostrou a favor da retirada da escultura e um membro da igreja de Haifa considera que a decisão tomada mostra que "o vencedor é o povo" e que "a remoção desta escultura é uma reflexão do nosso desejo de coexistir na cidade".

Dentro de dias o McJesus vai regressar à Finlândia, para o museu detentor da obra que a tinha emprestado ao Museu de Arte de Haifa desde o final do ano passado.