Num comunicado conjunto hoje divulgado, a SPMI e a APMGF dizem estar preocupadas com a chegada do inverno, sustentando que, "o recurso dos portugueses às urgências hospitalares é o dobro da média dos Países da OCDE" - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico.

“Nos últimos anos, tem-se vindo a acentuar a tendência do recurso ao serviço de urgência hospitalar, em detrimento da procura dos cuidados primários de saúde. Esta procura crescente faz com que as urgências hospitalares estejam sempre a trabalhar nos limites da eficiência e leva à ocorrência de múltiplas horas de espera no atendimento", alerta, no comunicado, João Araújo Correia, presidente da SPMI.

Segundo o especialista, esta situação "ultrapassa, em muito, as recomendações da Triagem de Manchester, comprometendo a segurança dos doentes e dos profissionais".

“Era bom que houvesse a coragem política para fazer a publicitação de um circuito obrigatório para o doente agudo não emergente, que indicasse a necessidade do recurso primário ao Centro de Saúde, sendo garantido, o acesso fácil em horário alargado”, defende.

Considera ainda que “também são necessárias alterações significativas no financiamento dos Hospitais e dos Centros de Saúde, dando incentivos diferenciados ao tratamento do doente agudo, de acordo com a missão natural de cada um".

As duas entidades esperam que, desta reunião conjunta, possa ser produzido um documento consensual, a ser divulgado publicamente, e enviado ao Ministério da Saúde, à Direção-Geral da Saúde e às Administrações Regionais de Saúde.

A SPMI considera que o incremento das relações entre a Medicina Interna e a Medicina Geral e Familiar “é uma condição fundamental para haver reais melhorias na eficiência do Serviço Nacional de Saúde”.

Nesta linha de cooperação, em março de 2018, a SPMI e a APMGF assinaram um memorando de intenções, que elenca muitas áreas de cooperação entre as duas especialidades, e abre a possibilidade da realização de consensos, que possam servir de base aos decisores políticos.

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