O Instituto de História Contemporânea de Munique (IfZ) disse que cerca de 85.000 cópias da nova versão anotada do manifesto antissemita do líder nazi foram vendidas desde o seu lançamento em janeiro.
No entanto, o instituto assinalou que longe de promover a ideologia de extrema-direita, a publicação enriqueceu um debate sobre a renovada ascensão de “ideias políticas autoritárias” na sociedade ocidental contemporânea.
Inicialmente foi prevista a publicação de apenas 4.000 cópias, mas a procura intensa explica que a sexta tiragem deva estar nas livrarias no final de janeiro.
A obra integrou durante quase todo o ano de 2016 a lista da revista Der Spiegel dos livros de não-ficção mais vendidos.
O instituto também organizou uma série de apresentações e debates relacionados com o “Mein Kampf” (A minha luta) em várias cidades da Alemanha e noutras cidades europeias.
“Descobriu-se ser totalmente infundado o medo de que a publicação pudesse promover a ideologia de Hitler ou torná-la aceitável e desse aos neonazis uma nova plataforma de propaganda”, disse o diretor do IfZ, Andreas Wirsching, num comunicado.
“Ao contrário, o debate sobre a visão do mundo de Hitler e a sua abordagem à propaganda permitiu olhar as causas e consequências das ideologias totalitárias, numa altura em que as opiniões políticas autoritárias e os ‘slogans’ de direita estão a ganhar terreno”, adiantou.
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