Os números constam do Relatório Anual 2017 da APAV, hoje divulgado pela associação que, no ano passado, recebeu 621 denúncias e pedidos de ajuda relacionados com crimes sexuais, tendo sido posteriormente identificadas 488 vítimas.
As mulheres continuam a ser as principais vítimas deste tipo de crime (85,3%), sendo que mais de metade dos casos registados envolviam crianças ou jovens (54,9%), razão pela qual o abuso sexual de crianças foi a situação que motivou mais pedidos de apoio e denúncia junto da APAV (175), seguindo-se os crimes de violação de crianças e adultos.
A APAV recebeu ainda 81 denúncias relacionadas com importunação sexual, ou seja, casos em que as vítimas foram incomodadas por pessoas que praticaram à sua frente atos de caráter exibicionista, formulando propostas de teor sexual ou constrangendo-a a contacto de natureza sexual.
A coação sexual motivou 40 contactos telefónicos ou presenciais, seguindo-se o assédio sexual (30) e atos sexuais com adolescentes (15).
Também chegou ao conhecimento da APAV casos em que tentaram aliciar menores para atos sexuais assim como crimes de pornografia infantil.
Estes dois crimes motivaram, cada um deles, 15 denúncias, segundo o relatório a que a Lusa teve acesso.
A APAV recebeu ainda 12 contactos relativos a abuso sexual de menores dependentes.
O relatório da APAV dá ainda conta de situações lenocínio (7), de abuso sexual de pessoas incapazes de resistência (5), recurso à prostituição de menores (3), assim como outras 66 denuncias de outros crimes sexuais que não estão tipificados no relatório.
Mais de metade das vítimas são estudantes (56,4%) e a idade média das 488 vítimas dos diferentes crimes sexuais ronda os 32 anos, sendo que três em cada quatro são solteiras (73%).
Além dos crimes sexuais, a APAV registou muitos outros crimes, tendo identificado, no total, 9.176 vítimas e 21.161 crimes e outras formas de violência.
A maioria das vítimas é mulher (80%) e são os crimes cometidos contra pessoas entre os 35 e os 54 anos que apresentam mais registos na APAV.
No entanto, os dados revelam também os perigos em que vivem muitas crianças: No ano passado, registaram-se 1.143 casos que envolveram crimes com menores de 18 anos.
A APAV recebeu queixas relativas a 55 casos que envolviam bebés e crianças até aos três anos, outras 69 vítimas tinham entre os quatro e os cinco anos e 225 tinham entre os seis e os dez anos.
À APAV chegaram histórias de outras 461 vítimas de jovens entre os 11 e os 17 anos.
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