De acordo com o relatório de sinistralidade e fiscalização da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) relativo aos primeiros 10 meses do ano, foram registados em Portugal continental 21.337 acidentes com vítimas, dos quais resultaram 336 óbitos ocorridos no local do acidente ou durante o transporte até à unidade de saúde, 1.518 feridos graves e 25.031 feridos ligeiros.

Os dados da ANSR revelam uma melhoria nos principais indicadores de sinistralidade, comparativamente com o período homólogo de 2019: verificaram-se menos 8.098 acidentes com vítimas (-27,3%), menos 61 vítimas mortais (-15,4%) menos 436 feridos graves (-22,3%) e menos 10.904 feridos leves (-30,3%).

Segundo a ANSR, a maior parte dos acidentes deveu-se a colisão (51,2% dos acidentes com vítimas, 43,4% dos feridos graves e 55,7% dos feridos leves), apesar do maior número de vítimas mortais ter resultado de despistes (+46,7%).

Face ao período homólogo, nesta tipologia de acidente verificou-se uma redução de 25 vítimas mortais (-13,7%) e de 84 feridos graves (-16,6%). Nos atropelamentos registou-se menos uma vítima mortal (-1,8%) e menos 151 feridos graves (-41,1%) e nas colisões verificou-se um decréscimo de 35 vítimas mortais (-22,0%) e de 201 feridos graves (-23,4%).

De acordo com o relatório a maioria dos acidentes com vítimas, bem como das vítimas, ocorreram em arruamentos: 62,7% dos acidentes, 34,5% das vítimas mortais, 43,3% dos feridos graves e 60,8% dos feridos leves.

Face ao período homólogo, o maior decréscimo de vítimas mortais e feridos graves, em valor absoluto, registou-se nos arruamentos (-14 e -261, respetivamente).

Os dados indicam também que 67,6% do total de vítimas mortais eram condutores, 15,2% passageiros e 17,3% peões.

“No caso dos feridos graves, a proporção de condutores foi ligeiramente superior (68,3%), enquanto a de passageiros aumentou para 17,4% e de peões diminuiu para 14,3%.

Comparativamente com o período homólogo, verificou-se uma melhoria ao nível dos condutores e passageiros vítimas, com especial destaque para o número de passageiros mortos (-33,8%) e de peões gravemente feridos (-43,6%)”, é referido no relatório.

No que diz respeito à categoria de veículo interveniente nos acidentes, os automóveis ligeiros apresentaram maior expressividade (74,4%), bem como uma redução mais elevada do que os restantes veículos relativamente ao ano anterior (-32,0%).

O relatório refere também que nos primeiros 10 meses do ano foram fiscalizados mais de 95 milhões e 600 mil veículos, um aumento de 27,2%, em comparação com igual período de 2019, devido ao acréscimo de 32,0% dos sistemas de radares da ANSR (rede SINCRO) e de 37,4% dos radares da Polícia Municipal de Lisboa (PML).

Nestas ações foram detetadas mais de um milhão de infrações, o que representa uma diminuição de 2,7% face ao ano anterior.

Relativamente à tipologia de infrações, 63,2% do total registado nestes 10 meses foi referente a excesso de velocidade.

A taxa de infratores (n.º total de infrações/n.º total de veículos fiscalizados) foi de 1,1%, o que reflete uma redução de 23,5% comparativamente com 2019.

Quanto à entidade gestora de via, os dados apontam que mais de metade (52,1%) das vítimas mortais registaram-se na rede rodoviária sob responsabilidade de quatro gestores de infraestruturas: Infraestruturas de Portugal (41,1%), Brisa (4,5%), Ascendi (3,6%), e da Câmara Municipal de Lisboa (3,0%).

O relatório da ANSR apresenta os dados de sinistralidade e fiscalização rodoviária em várias dimensões – dias da semana, período horário, fatores atmosféricos, natureza, localização, tipo de via, distrito, categoria de utente, categoria de veículo, entidade gestora de via e localização – bem como a comparação com os valores homólogos registados em 2019.