Na sua tradicional conferência de imprensa de verão e a menos de um mês das eleições gerais no país, Merkel reconheceu que as relações com a Turquia atravessam uma “fase complicada”, assegurando que deseja que melhorem.
Realçou, no entanto, que para isso é necessário que se respeitem os princípios do Estado de Direito, que o seu Governo não considera que neste momento estejam garantidos na Turquia.
Merkel referiu-se concretamente aos cidadãos alemães detidos nos últimos meses na Turquia, acusados de ligações a organizações terroristas ou ao fracassado golpe de Estado de há um ano, como o jornalista Deniz Yucel e a tradutora Mesale Tolu.
Estas detenções e outras menos conhecidas, “sem justificação”, assinalou Merkel, levaram a Alemanha a “reorientar” a sua política bilateral e a alertar para os riscos que podem enfrentar os cidadãos que viajem para a Turquia.
A chanceler assegurou, no entanto, aos três milhões de cidadãos alemães de origem turca que o seu desejo é melhorar as relações bilaterais.
“A nossa exigência, com total clareza, é que os cidadãos alemães detidos sejam libertados”, salientou.
Merkel distinguiu as relações bilaterais do acordo migratório que a União Europeia assinou com a Turquia, recordando que os primeiros 3.000 milhões de euros acordados com Ancara estão ligados a projetos sobre o acolhimento de refugiados já concluídos.
Em relação à isenção de vistos para os cidadãos turcos, prevista no acordo, indicou que não pode ser posta em prática porque Ancara não deu os passos que prometeu, nomeadamente em relação à reforma da lei antiterrorista.
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