“Nós não assinámos qualquer tratado, não vamos fazê-lo, e todo o processo de pedido de asilo não se fará no México”, sublinhou o ministro mexicano, em conferência de imprensa.
Na quinta-feira, os Estados Unidos anunciaram que iam, a partir de agora, reenviar os requerentes de asilo para o México durante o período de análise dos respetivos casos pelas autoridades norte-americanas, para impedir que permanecessem em território norte-americano e escapassem à vigilância das autoridades.
Esse anúncio foi interpretado como um acordo da Administração do Presidente Donald Trump com o Governo mexicano.
“O México não aceitará tal tratado, já o repetimos muitas vezes” às autoridades norte-americanas, acrescentou o ministro dos Negócios Estrangeiros mexicano, que vai pedir explicações a Washington.
O México “garantirá o respeito dos direitos e liberdades” desses migrantes, declarou na quinta-feira José Antonio Zabalgoitía, um responsável da embaixada do México em Washington, embora sublinhando que o seu país só acolheria os requerentes de asilo.
“Não aceitaremos todos os estrangeiros expulsos dos Estados Unidos”, esclareceu.
Trata-se de uma primeira resposta “humanitária, não (…) política”, mas “o México deverá decidir se aceita essas pessoas ou se vai [por sua vez] expulsá-las, porque não há qualquer tratado”, sustentou Ebrard.
Trump fez da luta contra a imigração clandestina uma das bandeiras da sua presidência e condenou violentamente nas últimas semanas as caravanas de migrantes que atravessaram o México em direção aos Estados Unidos.
A imigração para os Estados Unidos provém atualmente sobretudo de países da América Central — Honduras, El Salvador, Guatemala -, de onde famílias inteiras fogem para escapar à miséria e à violência de grupos criminosos.
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