A avaliação consta do relatório “Settling In 2018: Indicators of Immigrant Integration”, uma análise comparada detalhada sobre a integração dos imigrantes e a sua evolução ao longo do tempo, para todos os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e da União Europeia, bem como países selecionados do G20.
Relativamente a Portugal, refere que, a par com o Reino Unido e a Noruega, foi onde se sentiu “a oscilação mais forte no sentido de uma opinião favorável” em relação aos imigrantes.
De acordo com o relatório, cerca de metade dos cidadãos europeus não tem opinião sobre se os imigrantes tornam ou não o seu país um sítio melhor ou pior para viver, enquanto a outra metade se divide entre quem acredita nos benefícios e os que defendem os malefícios da imigração.
“Os países nórdicos e a Irlanda têm as opiniões mais positivas, enquanto a Hungria, Itália e a República Checa e as mais negativas”, lê-se no documento.
Refere que desde 2006 as opiniões dos europeus sobre os imigrantes têm-se mantido estáveis, mas que na maioria dos países cada vez mais pessoas assumem uma “tendência positiva”.
Por outro lado, menciona que as pessoas nativas quando interagem com imigrantes “têm uma maior tendência para considerar a imigração uma oportunidade, principalmente quando essa interação acontece no local de trabalho”.
Segundo a OCDE, mais de 26% dos cidadãos europeus que se relacionam pelo menos uma vez por semana com imigrantes no seu local de trabalho veem a imigração como uma oportunidade, valor que cai para os 14% entre os que têm pouca interação.
“Notáveis exceções são Portugal e Luxemburgo, onde as pessoas que têm raros contactos com imigrantes têm mais probabilidade de afirmar que a imigração é uma oportunidade do que os que têm contactos frequentes”, diz a OCDE.
No entanto, cerca de 14% da população imigrantes dizem-se vítimas de discriminação por razões relativas à etnia, nacionalidade ou raça, sendo os níveis “particularmente elevados” na Grécia e na Letónia, onde mais de um quarto da população imigrante sente que faz parte de um grupo que é discriminado.
“Os níveis são também elevados em Portugal”, onde um em cada seis imigrantes sente-se discriminado, situação semelhante a outros países da Europa, como a França, Holanda ou Bélgica.
No que diz respeito à integração das crianças e jovens descendentes de imigrantes, o relatório aponta que é em Portugal, a par com a Grécia e o Luxemburgo, que a taxa de inscrição no pré-escolar é mais elevada, chegando aos 90%.
No entanto, 25% dos jovens dizem sentir-se deslocado dentro da escola, com os níveis de abandono escolar a serem pelo menos duas vezes mais elevados do que entre os estudantes nacionais.
De maneira geral, o relatório diz que muitos países fizeram importantes melhorias na integração dos imigrantes e dos seus filhos, mas que continuam a existir muitos desafios e que o potencial que os imigrantes trazem continua desperdiçado.
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